sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Décimo Nono Dia Libertos da culpa - Jejum De Daniel

Se você era um escravo e agora é filho, se antes você não conhecia a Deus mas agora veio a
conhecê-lO e é conhecido por Ele, como você pode agora retornar à antiga escravidão? Não
podemos nos deixar escravizar pelos espíritos dos quais Jesus Cristo nos resgatou.

Voltar para a lei significa se colocar debaixo da escravidão a espíritos malignos. Mas a lei não é
de Deus? Certamente a lei é boa e perfeita, mas ela hoje é tomada pelo diabo para nos condenar
e escravizar. Todo aquele que volta para a lei tentando agradar a Deus e obter o seu favor
inevitavelmente cairá debaixo da acusação e condenação do maligno. Isso acontece porque
homem nenhum é capaz de guardar a lei completamente. E, uma vez que caímos em condenação
e acusação, voltamos a viver na escravidão.
Quando voltamos para a lei, estamos também voltando às antigas práticas religiosas que nos
escravizavam. Como essas práticas pagãs estão relacionadas com a lei? Simplesmente porque a
base de toda religião é a lei. Toda religião funciona da seguinte maneira: se você se comporta
bem, terá bênção; mas, se comporta mal, será punido. Isso nada mais é do que a lei. Esse tipo de
relacionamento religioso produz escravidão. Toda religião é escravidão e, se voltamos a viver pela
lei, estamos entrando na escravidão também.
Como a religião escraviza? Todo religioso procura sempre aplacar a ira do seu deus e obter o seu
favor através de boas obras. Isso era mais visível nas religiões primitivas. A princípio, o homem
primitivo oferecia do fruto da terra como oferta para agradar ao seu deus. Faziam isso para que
chovesse e eles pudessem colher no próximo ano. Mas, no ano seguinte, vinha a seca, e assim
eles procuravam algo maior para agradar ao seu deus, então passaram a sacrificar animais. Mas
a seca ainda continuava, assim eles passaram a sacrificar os prisioneiro de guerra. Mas aquilo
ainda não funciona, pois a praga da seca ainda persistia, então eles ofereciam algo que julgava
mais valioso, passaram a sacrificar as virgens da aldeia. Quando tudo falhou, eles resolveram
sacrificar seus próprios filhos. Esse é o caminho da religião. Sempre tentando agradar a Deus,
mas nunca conseguindo.
Talvez você fique espantado, mas os crentes que vivem pela lei ainda seguem esse mesmo
caminho. Eles não sacrificam pessoas, mas estão sempre procurando uma forma de agradar a
Deus e convencê-lO a abençoá-los. Veja, por exemplo, sua tentativa de receber uma bênção
financeira. Você tenta dar o dízimo, mas se não resolve, você decide dar além do dízimo, mas
ainda assim a bênção não veio e de repente você ouve alguém dizendo que você precisa entregar
o seu Isaque. Você faz de tudo para ser abençoado do mesmo jeito que aqueles religiosos
primitivos. Mudaram os sacrifícios, mas permanece o mesmo princípio, a troca de favores.
Paulo diz que não precisamos mais nos sujeitar a esse tipo de escravidão, pois agora somos
filhos. Nosso relacionamento com o Pai tem uma base completamente diferente. Somos
abençoados porque somos filhos, e não porque somos bonzinhos. Podemos desfrutar da herança
porque somos filhos, e não porque nos comportamos bem.
A Palavra de Deus diz que no princípio havia duas árvores no Éden: a árvore da vida e a árvore
do conhecimento do bem e do mal. A árvore da vida aponta para o Senhor Jesus e,
consequentemente, representa a graça e o favor de Deus. A árvore do conhecimento do bem e do
mal, por outro, aponta para a lei. É a lei que nos faz conhecedores do bem e do mal. A vontade de
Deus nunca foi que comêssemos da árvore do conhecimento do bem e do mal, pois o resultado
disso é morte. Paulo diz que o ministério da lei é morte (2 Co 3.7).
O conhecimento do bem e do mal que a lei traz não nos faz ficar mais próximos de Deus, pelo
contrário. Se estivermos debaixo da lei, a única coisa que teremos é religião. Mas Deus está
procurando um relacionamento conosco baseado na Sua bondade, no Seu amor e na Sua graça.
Quando o homem compartilha da árvore do conhecimento do bem e do mal, ele começa a
depender dos seus esforços para fazer o bem e manter-se longe do mal. E quando o homem
depende do seu esforço próprio, o resultado é o fracasso e a morte.
Não pense, porém, que a árvore do conhecimento do bem e do mal seja do diabo. Ela é de Deus
e foi o próprio Deus que a plantou no jardim. Mas ela não foi feita para que o homem comesse
dela. No mesmo princípio, embora a lei do Senhor seja santa, justa e boa, ela não foi concebida
para que o homem a guardasse.
Todas as religiões são baseadas na árvore do conhecimento do bem e do mal, todas estão
baseadas na lei, por que todas escravizam o homem e não podem salvá-lo. Certa vez, C. S. Lewis
foi convidado para um debate sobre religiões comparadas. Ele era conhecido como cristão e era
professor da Universidade de Oxford. Assim, ele foi convidado para representar o cristianismo. A
primeira pergunta que foi feita aos representantes de cada religião foi: “O que a sua religião possui
de único em relação a todas as outras?”. Todos os debatedores responderam, mas nenhum pode
falar de uma diferença grande entre eles, pois todas as religiões seguem basicamente a lei. Se o
seguidor se comporta bem, é abençoado; mas se age mal, é punido.
Quando chegou a vez de C. S. Lewis responder, ele disse: “Se eu disser que os ensinos de Jesus
e o Seu alto padrão moral tornam o cristianismo único, poderia ser que outros afirmassem que
seus mestres possuem ensinamentos elevados também. Se disser que a ressurreição faz do
cristianismo único, poderia ser que alguma outra religião também afirmasse algo semelhante. Mas
existe algo que torna o cristianismo único e diferente de todas as outras religiões: a graça de
Deus. Em toda religião, os bons são abençoados e os maus são castigados, mas no cristianismo
a graça de Deus inverte essa lógica. Deus resolveu abençoar aquele que não merece, mas crê na
Sua graça. Assim, quanto mais o homem é pecador, mais graça de Deus ele experimenta”.[R1]
Saia da religião e venha desfrutar da graça de Deus. Não há mais julgamento para você. Pare de
depender da árvore do conhecimento e viver uma religião vazia como todas as outras. Não
transforme o cristianismo numa religião. Não espere conhecer o bem o e mal para ser justificado.
Desfrute do que Cristo conquistou para você na cruz.
Livre-se da culpa
Todo cristão foi regenerado e possui um novo espírito, e esse novo espírito possui a função de
consciência. Isso significa que o crente sente sua consciência apitar quando ele erra o alvo. Eu
imagino que há muitos cristãos que raramente sentem peso na consciência ou pontadas de culpa.
Mas a grande maioria vive debaixo de uma culpa quase constante e um sentimento íntimo de não
conseguir agradar a Deus.
A maioria dos cristãos sérios vivem suas vidas com um senso de culpa quase constante. Por que
nos sentimos culpados? Deixe-me fazer uma lista:
Nós poderíamos orar mais.
Não somos corajosos o suficiente no evangelismo.
Gostamos demais de esportes.
Vemos filmes e TV demais.
Nossos momentos de leitura da Bíblia são muito curtos.
Não ofertamos o suficiente.
Compramos um sofá novo e não ofertamos para missões.
Não lemos histórias bíblicas para nossos filhos o bastante.
Nossos filhos comem muito Cheetos e batata frita.
Precisamos perder 10kg.
Poderíamos aproveitar melhor nosso tempo.
O que podemos fazer com toda essa culpa? Todas essas situações possuem um efeito cumulativo
e, no fim, nos sentimos abatidos e constantemente em débito com Deus. A sensação é de deixar
Deus desapontado, quase como se não fosse um cristão de verdade.
Eu sei que um pouco de sensação de culpa é bom para nos tirar da complacência e acomodação,
mas não precisamos nos relacionar com Deus assim. O Pai nos redimiu pelo sangue de Seu Filho
para que nos sintamos como perdedores constantemente? Claro que não! Pedro e João parecem
cheios de medo ou autocomiseração após o Pentecostes? Paulo parece constantemente
preocupado porque poderia estar fazendo mais? Por incrível que pareça, Paulo chega a afirmar
em certo momento: “Porque em nada me sinto culpado” (1 Co 4.4). Ele logo completa: “Mas nem
por isso me considero justificado, pois quem me julga é o Senhor”. Mas a verdade é que Paulo
colocava a cabeça no travesseiro antes de dormir com a consciência tranquila. Por que, então,
tantos cristãos se sentem culpados o tempo todo?
Nós não abraçamos completamente as boas-novas do evangelho da graça. Ainda vivemos
debaixo da lei. Relacionamo-nos com Deus com base no merecimento da lei. Quando
obedecemos, nos sentimos bem; mas se falhamos; concluímos que não podemos nos aproximar
de Deus. Fomos salvos pela graça, mas resolvemos nos relacionar com Deus baseados nas
obras.
Temos tanto medo do antinomismo, um perigo real, que ficamos com medo de falar demais sobre
a graça de Deus. Mas se nunca fomos acusados de pregar o antinomismo, talvez nunca
tenhamos apresentado o evangelho em toda sua glória (Rm 6.1). Se nunca fomos acusados de
ser “pregadores da porta larga”, talvez nunca tenhamos falado realmente da graça. Se a nossa
pregação não deixa um rabino de cabelo em pé, então é tempo de avaliarmos as bases de nossa
vida cristã.
Os pastores tendem a motivar as ovelhas pela culpa, não pela graça. Ao invés de levar os irmãos
a terem revelação de tudo o que temos e somos em Cristo, muitos pastores passam a mensagem
de que a semelhança com Cristo é algo que nunca alcançaremos. A verdade é que nós já a
possuímos e devemos desenvolvê-la. A melhor pregação faz os cristãos sinceros verem mais de
Cristo e experimentarem mais de Sua graça. Um maior entendimento da graça produzirá mais
gratidão, que leva a eliminar a culpa.
A maior parte da nossa “sensação de culpa” está na ambígua categoria “não fizemos o suficiente”.
Nenhum dos itens que mencionei é necessariamente um pecado. O problema é que nenhum
cristão, por exemplo, vai dizer que está orando o suficiente ou evangelizando o máximo que pode.
Por causa disso, nunca sentimos paz com Deus.
Se existe um pecado real em nossa vida, é necessário nos arrependermos e confessarmos. E
uma vez que fazemos isso, precisamos descansar completamente no poder do sangue para nos
purificar. É terrível que muitos crentes se sintam clinicamente deprimidos o tempo todo. Não foi
essa vida que Cristo veio nos dar. Essa certamente não é a vida abundante que podemos
desfrutar.
Quando você perceber que precisa avançar em um ponto da vida espiritual, decida sentir-se
desafiado, quebrantado ou inspirado, mas não culpado. Quando fico algum tempo sem parar para
orar, eu me sinto faminto, mas não me sinto condenado.
Ismael ou Isaque?
Todos quantos, pois, são das obras da lei estão debaixo de maldição; porque está escrito: Maldito
todo aquele que não permanece em todas as coisas escritas no Livro da lei, para praticá-las. E é
evidente que, pela lei, ninguém é justificado diante de Deus, porque o justo viverá pela fé (Gl
3.10,11).
Guardar a lei é tentar agradar a Deus na força própria, e os que vivem assim caem debaixo da
maldição. Aqueles que pensam poder agradar a Deus cumprindo a lei estão debaixo de maldição.
Só agradamos a Deus andando por fé e dependência da Sua graça. Só agradamos quando
confiamos plenamente na obra completa de Cristo na cruz.
A maneira como Ismael e Isaque foram gerados são uma advertência para nós. Ismael é fruto da
escravidão da lei, enquanto Isaque é fruto da abundante graça. Isaque tinha que vir por meio de
Sara, pois, de acordo com o que Paulo escreve em Gálatas 4, ela representa a graça. Enquanto a
lei diz: “Faça!”, a graça diz: “Eu faço por você!”. Somente aqueles que andam pela graça podem
agradar a Deus.
Deus rejeita aqueles que fazem o que não Lhe agrada, mas rejeita também aqueles que fazem
algo que Lhe é agradável, porém, fazem de acordo com a sua própria força. Tentar agradar a
Deus cumprindo a lei é tentar ter mérito diante de Deus, e isso é abominável em Sua presença.
Abraão gerou Ismael quando tinha 86 anos. Nesse tempo, ele ainda tinha força natural para gerar
um filho. Deus, então, esperou até que ele completasse 100 anos (Gn 16.5), quando sua energia
natural teria acabado, para lhe dar Isaque. Para gerar Isaque, temos de esperar na graça de
Deus.
Cabe a nós escolher se desejamos viver no princípio de Ismael ou de Isaque. Se vivemos no
princípio de Ismael, nós confiaremos em nossa força procurando cumprir a lei para tentar agradar
a Deus. Mas o resultado disso é morte e maldição. Se vivermos no princípio de Isaque, vamos
depender unicamente da fé na graça de Deus. Já não tentaremos agradar a Deus por meio de
nossas obras, pois sabemos que somos filhos, e não escravos.
O propósito de Deus se cumpre por causa da Sua graça, não por nosso mérito ou esforço próprio.
Se Ele não nos escolheu baseado em nossa capacidade ou habilidades, por que tentaríamos
agradá-lO através disso? Por que tentaríamos realizar Sua obra usando nossos próprios meios?
Isso é o mesmo que andar segundo a lei. Os que andam pela lei somente conseguem gerar
“Ismaéis”, que são rejeitados por Deus. Ismael é o que eu posso fazer na minha força. Tudo o que
é baseado no mérito é fruto da lei.
A graça nunca produz em nós soberba; ao contrário, seu resultado é a gratidão pelo que o Senhor
nos dá e faz por nós, porque, em nossa própria força, não conseguimos gerar Isaque. Somente
através da graça é que podemos gerar o fruto da graça, porque ele só vem pela força de Deus. A
obra de Deus é iniciada n'Ele, feita na força d'Ele, para que, no fim, a glória seja somente d'Ele.
--
Pr. Aluizio A. Silva

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