Devemos
nos gloriar nas provações porque elas não ocorrem por acaso, antes,
cumprem um propósito maior da parte de Deus. Sabemos que o próprio
Senhor teve de padecer para entrar na glória (Lc 24.26). O que aconteceu
com Cristo deve acontecer com o cristão. Paulo afirma que precisamos
sofrer com Cristo para, com Ele, sermos glorificados (Rm 8.17).
O
sofrimento de Cristo não foi por enfermidade ou necessidades, mas
sofrimento por perseguições e pressões do mundo. Tiago não está dizendo
que devemos ser masoquistas e gostar do sofrimento, mas que percebemos o
cumprimento de um propósito divino por meio dos nossos sofrimentos.
Não
nos alegramos pelo sofrimento em si, mas pelo que ele produz. Há um
processo para desfrutarmos da glória. Três palavras descrevem o processo
de tratamento de Deus em nós: santificação, transformação e
conformação. A santificação é uma separação e um infundir de Deus. A
transformação é a restauração de algo que estava danificado, mas a
conformação nos faz encaixar na forma que é Jesus. Gostamos de paz,
graça e glória, mas fugimos das tribulações. A palavra de Deus diz que
as tribulações são necessárias para chegarmos à glória (At 14.22; 1 Ts
3.3,4; Ap 7.14).
1 – Os problemas expõem a nossa realidade espiritual
Mostram
o nível de profundidade ou superficialidade em Deus. Realçam onde
estamos e onde precisamos melhorar. O sofrimento mostra o que nós
realmente somos. Podemos confiar no que possuíamos somente se suportar
ao teste das provações.
Algumas
vezes a tribulação é um teste. Dependendo de como respondemos seremos
promovidos dentro do plano de Deus a lugares mais altos. Saul foi um
teste na vida de Davi.
Depois
de ouvir uma palavra sobre paciência, por exemplo, Deus permitirá
circunstância para que a nossa paciência seja testada. Às vezes oramos
por algo, mas Deus vai nos testar para ver se realmente desejamos aquilo
ou para que as verdadeiras motivações se manifestem.
2 – Eles nos mostram os verdadeiros valores da vida
Quando
perseguições e dificuldades se levantam elas colocam diante de nós o
que realmente é importante e o que é apenas enfeite. O verdadeiro valor
de qualquer coisa somente pode ser percebido diante da morte.
3 – Eles nos permitem conhecer mais a Deus
Só
podemos conhecer o Deus que cura se passarmos pela enfermidade. A
primeira condição para um milagre é o problema (2 Co 12.9,10). É no meio
das tribulações que somos quebrantados e nos tornamos mais sensíveis a
Deus. É no meio dos problemas que conhecemos a Deus e o Seu poder.
4 – Eles desenvolvem nossa fé
Aprendemos
a confiar em Deus em vez de confiar em nós mesmos. A diferença entre a
obscuridade e a significância é o inimigo que você precisa vencer. A
glória de Davi era Golias (Jo 16.21).
Todo
propósito e missão são concebidos em meio a dores e aflições. Se não há
dor é porque não houve gestação. A dor não fala do tamanho da benção,
mas da iminência de vir a luz.
5 – Eles desenvolvem a perseverança espiritual
Muitos
desistem antes da vitória chegar (Tg 1.2-4; Rm 5.3,4). Perseverança é a
maior expressão de fé. Se o tempo é um grande teste, a perseverança
pertence aos vencedores.
Em
Lucas 18.1-8, Jesus contou a parábola do juiz iníquo e terminou com uma
questão: “Quando vier o Filho do Homem, achará, porventura, fé
(perseverante) na terra?”. Há ocasiões em que queremos um milagre, mas
Deus quer que tenhamos fé. Tempos de tribulação são também tempos de
sequidão. Tempos de seca são importantes para:
- Aprendermos a andar por fé;
- Não dependermos da força humana;
- Não dependermos das emoções;
- Não dependermos da vontade da empolgação;
- Sabermos o que vai no coração (Dt 8.2).
6 – Eles desenvolvem a nossa sensibilidade e compaixão
Desenvolvemos
empatia para com as pessoas e suas necessidades, pois aprendemos com a
experiência, como é estar no lugar delas (2 Co 1.3-6). Paulo disse que
ele tinha passado por tribulações para poder consolar os irmãos com a
mesma consolação que ele recebeu. Consolo de que não passou por lutas se
tornam palavras vazias.
7 – Eles alargam a nossa capacidade em Deus
Os
problemas leva nossa fé a crescer (Jr 48.11). Todo fruto precisa de
tempo para amadurecer. Posso adquirir muito conhecimento rapidamente,
todavia toma tempo para amadurecer.
Maturidade
é ter a nossa capacidade expandida por Deus. Antes eu perdoava uma vez,
depois passei a perdoar sete vezes, agora eu perdôo-o setenta vezes
sete. Alguns crentes são como Moabe, não foram trocados de vaso, por
isso permanecem com o mesmo sabor. Se perdemos a paciência pelos mesmos
motivos de cinco anos atrás isto é um sinal de que não fomos alargados
por Deus. A diferença entre um fruto maduro e um verde está no seu
sabor. O fruto verde é azedo, mas o maduro é doce.
Todavia
o processo de amadurecimento artificial pode ser feito com bananas, não
com crentes. A nossa doçura deve ser desenvolvida espontaneamente. Nós
podemos retardar a obra de Deus em nossa vida, mas certamente não
podemos acelerá-la.
Não
devemos buscar tratamento, mas não devemos fugir dele, pois perdemos a
oportunidade de sermos alargados por Deus. Conhecimento intelectual
acumulado sem o tratamento de Deus possui muito pouco valor espiritual
(Nm 31.23).
Acima
de todos os problemas, o sofrimento nos testam e nos depuram. Áreas
duras de nossa vida serão purificadas com fogo, mas áreas mais macias e
maleáveis serão purificadas pela água. A água aponta para a Palavra.
Precisamos receber a Palavra e sermos purificados por ela. O fogo aponta
para a disciplina do Espírito Santo.
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