O maligno
tem enganado as pessoas de tal forma que elas não
acreditam nelas mesmas. O cristão, mesmo tendo uma nova
identidade em Cristo, também não acredita em si mesmo. A maioria dos salvos não acredita que foi chamado por Deus para grandes coisas. Se
você crê ele poderá usá-lo muito além do que você possa imaginar. Os discípulos também não acreditavam que podiam realizar alguma coisa quando o
Senhor Jesus os chamou. Quando Jesus chamou os seus discípulos qual era o contexto dessa chamado? Como os seus discípulos perceberam isso? Precisamos voltar até aquela época e entendermos isso dentro
do contexto cultural daqueles dias.
A
sociedade judaica dos dias de Jesus era bem ortodoxa. Eles criam que os livros
do Velho Testamento eram inspirados por Deus, principalmente os cinco primeiro
livros da Bíblia, chamados de “Torá”. Toda a instrução e alfabetização de uma criança era feita a partir da Torá.
A instrução de uma criança começava desde muito pequena, pois a ordem bíblica é para que se falasse da lei ao
levantar-se, ao deitar-se e também ao sentar-se à mesa para as refeições. No entanto, a educação formal começava apenas aos seis anos de
idade. O primeiro estágio da educação ia dos seis aos dez anos e era chamado “Bete Sefer” que significa “Casa de leitura”.
Nesse estágio a criança ia para uma sinagoga local
onde havia um rabino que era conhecedor das escrituras e muito respeitado pela
comunidade. Naqueles dias não existia a imprensa e, muitas
vezes a única cópia das escrituras que existia na aldeia era a da sinagoga.
Todo sábado aquele rabino pegava as
escrituras e a estudava com a comunidade, mas durante a semana ele ensinava as
crianças. Há dois mil anos atrás não existia nenhuma criança
sem instrução em Israel, coisa que ainda
hoje não conseguimos em nosso país.
Toda a
instrução acontecia em torno da “torá”, os cinco primeiros livros da
Bíblia (Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio). Mas o mais impressionante era que aos dez anos a
maioria das crianças já tinha memorizado toda a Torá.
No final
dessa fase os alunos eram selecionados e apenas os melhores eram escolhidos
para seguirem para o segundo estágio da educação, chamado “Bete Midrash” que significa Casa de estudo. Essa fase ia dos dez aos
catorze anos de idade, mas apenas os melhores avançavam para ela. Todas as outras crianças que não eram selecionadas voltavam para casa para
aprenderem a profissão dos pais.
Nesse
segundo estágio a criança deveria memorizar não apenas a Torá, mas todo o Velho Testamento. Além disso eles deveriam aprender as diversas interpretações dos rabinos mais famosos. Nessa fase o alvo não era apenas a memorização
dos livros das escrituras, mas os rabinos levavam cada um a raciocinar a
respeito do texto bíblico. Ele sempre respondia as
perguntas dos alunos com uma outra pergunta para que fossem capazes de discutir
o Velho Testamento profundamente.
Você pode ver nos evangelhos que quando Jesus mencionava textos
do Velho Testamento ele não dava muitas explicações, porque em geral as pessoas eram muito bem preparadas
para entender as escrituras.
Depois
dessa fase vinha ainda um terceiro estágio. Mais uma vez apenas os
melhores alunos, aqueles que realmente se destacaram poderiam avançar para a próxima fase. O jovem, agora com
catorze anos, poderia procurar um dos rabinos famosos e se apresentar para ser
seu discípulo. Ele se dispunha a ser um
“talmid” que significa discípulo ( O plural de talmid é talmidim).
O rabino
porém era muito exigente para
aceitar um talmid. Ele somente aceitava um talmid que ele acreditasse que
poderia se tornar exatamente como ele. Alguém
que teria a mesma capacidade intelectual, o mesmo zelo e a mesma autoridade. O
rabino estudava cuidadosamente a vida daquele adolescente, sua família e sua capacidade intelectual. Ele fazia uma grande
sabatina de perguntas sobre todo o Velho Testamento, sobre as diversas
interpretações dos rabinos e a opinião deles acerca dessas interpretações.
Ao fazer
as perguntas o rabino estava tentando determinar se o jovem poderia:
aprender
todos os seus ensinamentos
aprender
a pensar e agir como ele agia e
saber se
ele poderia em seguida, espalhar o seu “jugo” para os outros, fazendo discípulos.
Dessa
forma a grande maioria dos jovens simplesmente não
era escolhida. Quando um garoto não era escolhido ele ouvia o
rabino dizer: “você conhece bem as escrituras e será um bom judeu, mas infelizmente não tem as qualificações para ser meu talmid, meu
discípulo. Volte para sua casa,
aprenda a profissão de seu pai e seja um bom
hebreu.”
Mas
aqueles poucos que eram escolhidos, os melhores entre os melhores, ouviam o
rabino dizer uma frase que todo menino judeu sonhava em ouvir. Eles diziam: “vem e segue-me!” Isso era o que toda criança em Israel sonhava em ouvir, mas muito poucos chegavam nesse estágio.
Ao se
tornar um talmid o jovem entrava no terceiro estágio
da educação em Israel chamado “Bete Talmud” que significa casa de ensino.
Nesse estágio eles se aprofundavam muito
mais nos estudos das escrituras. Eles aprendiam os ensinos dos maiores rabinos
da história do povo judeu.
Os
talmidim se sentiam muito orgulhosos de serem discípulos e por isso quase sempre eles se mudavam para a casa
do seu rabino. Eles seguiam de perto o seu mestre e imitavam tudo o que este
fazia. Todo talmidim sabia que ele estava destinado a se tornar exatamente como
o seu mestre, o rabino.
Quando os
talmidim chegassem aos trinta anos de idade eles poderiam se tornar um rabino e
terem o seus próprios talmidim.
A Bíblia não fala muito da vida de Jesus
antes dos trinta anos, mas tudo indica que o Senhor passou por essas fases de
educação. Quando ele tinha doze anos
de idade, Lucas nos conta que ele estava no Templo discutindo com os mestres.
Isso significa que ele teve Bete Sefer, ou seja, aprendeu o Torá na sinagoga da sua cidade.
Mas para
ser um rabi ele teria de receber a autoridade de um outro rabi. Era isso que
lhe dava autoridade para ensinar. Certa vez os fariseus perguntaram a Jesus com
qual autoridade ele fazia todas as coisas. Como resposta o Senhor perguntou se
eles reconheciam o batismo de João como sendo de Deus. Ali o
Senhor já estava dizendo de onde vinha
a sua autoridade como rabi.
Tendo
Jesus chegado ao templo, estando já ensinando, acercaram-se dele
os principais sacerdotes e os anciãos do povo, perguntando: Com
que autoridade fazes estas coisas? E quem te deu essa autoridade? E Jesus lhes
respondeu: Eu também vos farei uma pergunta; se
me responderdes, também eu vos direi com que
autoridade faço estas coisas. Donde era o
batismo de João, do céu ou dos homens? E discorriam entre si: Se dissermos: do céu, ele nos dirá: Então, por que não acreditastes nele? E, se
dissermos: dos homens, é para temer o povo, porque
todos consideram João como profeta. Então, responderam a Jesus: Não
sabemos. E ele, por sua vez: Nem eu vos digo com que autoridade faço estas coisas. Mt. 21:23-27
Havia uma
ligação entre João Batista e Jesus, mas como essa autoridade se estabelecia?
Vamos
entender quais eram as razões judaicas para o batismo
a. Ritual de purificação
De acordo
com a Torah era preciso estar cerimonialmente puro antes de entrar no Tabernáculo ou Templo. A pureza cerimonial era requerida em muitas
ocasiões e o meio mais importante de
obtê-la era através de lavagem com água. A lei judaica indicava
que certas atividades ou condições, tais como tocar um cadáver (Nm 19), o parto (Lv 12), ou com doenças de pele (Lev. 13:10-11) faziam com que uma pessoa
ficasse cerimonialmente imunda. Nos dias de Jesus havia até um banho ritual usado para este ritual de purificação localizado na base do Monte do Templo.
b. Identificar-se com um ensino
Uma outra
razão para que uma pessoa passasse
pelo ritual de batismo de imersão ritual era para se
identificar com a doutrina ou ensino particular de um mestre ou rabi. No judaísmo do primeiro século era aceito que o rabi (ou
rabino) falava com a autoridade de Deus. No entanto, as várias escolas de pensamento rabínico criaram a necessidade de as pessoas se identificarem
com um rabino em particular. Então as pessoas eram batizadas “em nome de” um rabino revelando uma
submissão da pessoas a aquele rabino.
Aconteceu
que, estando Apolo em Corinto, Paulo, tendo passado pelas regiões mais altas, chegou a Éfeso
e, achando ali alguns discípulos, perguntou-lhes:
Recebestes, porventura, o Espírito Santo quando crestes? Ao
que lhe responderam: Pelo contrário, nem mesmo ouvimos que
existe o Espírito Santo. Então, Paulo perguntou: Em que, pois, fostes batizados?
Responderam: No batismo de João. Disse-lhes Paulo: João realizou batismo de arrependimento, dizendo ao povo que
cresse naquele que vinha depois dele, a saber, em Jesus. Eles, tendo ouvido
isto, foram batizados em o nome do Senhor Jesus. At. 19:1-5
c. Quando um gentio se convertia ao judaísmo
A
terceira razão pela qual as pessoas eram
batizadas era quando um gentio desejava se converter ao judaísmo. Quando um gentio se batizava ele estava declarando
publicamente a sua entrada na verdadeira fé do judaísmo.
Então, onde é que o batismo de João se encaixava nisso?
O batismo
de João era um batismo de
arrependimento. A pessoa se identificava com o seu ensinamento por meio do
batismo que era conhecido como o “batismo de João” (Atos 19:1-5). As pessoas
acreditavam que João Batista era um mensageiro de
Deus, assim elas se submetiam ao seu batismo a fim de mostrar fidelidade a Deus
(Mt. 21:25, Mc. 1:4).
Quando um
judeu se submetia ao batismo de João estava demonstrando que ele
era como um forasteiro buscando entrada no povo de Deus. Essa era uma confissão surpreendente para um judeu. Todo judeu sabia que era
membro da raça escolhida por Deus, descendentes
de Abraão, herdeiro da aliança de Moisés, e no entanto vinham a João para ser batizado como um gentio.
Esse ato
simbolizava que eles tinham entendido que a sua descendência nacional e racial, ou mesmo a sua vocação de ser o povo da aliança,
não poderia salvá-los. Eles tinham que se arrepender, abandonar o pecado e
confiar no Senhor para a salvação. O batismo era um testemunho
público de confissão dos pecados. Eles tinham que entrar no reino, assim como
os gentios, por meio do arrependimento e da fé,
que incluía uma admissão pública de pecados.
Qual foi
então o propósito do Batismo de Jesus?
O propósito foi identificar-se com o ensino de João. Isso era um aval ao ministério
de João e mostrava que o ministério de Cristo tinha uma ligação
com o de João (Mt. 3:13-16).
Ele também se batizou para se identificar conosco como pecadores.
Este foi o primeiro ato de seu ministério, o primeiro passo no plano
da redenção que Ele veio para cumprir.
Cristo, que não tinha pecado se submeteu a
um batismo para pecadores. Ao fazer isso ele tomou seu lugar entre os pecadores
e foi contado entre transgressores (Mc. 15:28). O amigo sem pecado dos
pecadores foi enviado pelo Pai em semelhança da carne do pecado como uma
oferta pelo pecado, e assim ele condenou o pecado na carne (Rm 8:3). “Aquele que não conheceu pecado, ele o fez
pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus.” (II Cor. 5:21) Não havia outra maneira de
cumprir a justiça.
O batismo
de Jesus era também um símbolo de Sua morte e ressurreição, e dessa forma ele forneceu ao batismo cristão o sentido fundamental de novo nascimento e uma nova
identidade.
Finalmente,
o batismo de Jesus foi a inauguração do seu ministério público. Isso ocorreu quando ele
completou 30 anos. Foi nesse momento que Cristo recebeu o “smikhah”. Ele tornou-se reconhecido
como alguém que ensinava com autoridade.
O smikhah era o ato de um rabino passar a sua autoridade a um discípulo.
Jesus foi
chamado de Rabi por membros de todos os grupos judeus reconhecidos, e atuou em
todos os sentidos, como um rabino Smikhah. Em Mateus 7:28-29 lemos:
Quando
Jesus acabou de proferir estas palavras, estavam as multidões maravilhadas da sua doutrina; porque ele as ensinava
como quem tem autoridade e não como os escribas.
Todo
rabino tinha que receber seu smikhah (ou seja, sua autoridade), de dois rabinos
que também tivessem o smikhah. Aqueles
dois rabinos com smikhah usavam a sua autoridade para reconhecerem o talento, o
conhecimento, o caráter e a capacidade de ensinar
daquele rabino. No caso de Jesus, João Batista foi o primeiro a dar
a Jesus o smikhah quando Jesus foi batizado no rio Jordão por ele. O segundo foi o próprio
Deus (Mt. 3:17).
Quando
ele chega aos trinta anos ele está pronto para se tornar um
rabino.
Nesse
momento ele já é famoso na Galiléia como rabino, mas ainda não tinha nenhum discípulo. Mas o Senhor veio para
quebrar todos os paradigmas.
1. Ele escolheu os improváveis
Em
primeiro lugar ele não ficou esperando nenhum
talmidim procurá-lo, mas ele mesmo os
escolheu.
Não fostes vós
que me escolhestes a mim; pelo contrário,
eu vos escolhi a vós outros e vos
designei para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça;
a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo conceda. Jo.
15:16
Quando o
Senhor chamou a Pedro e a André eles estavam pescando. O
Senhor vem e faz a pesca maravilhosa. Eles estavam pescando porque não tinham sido bons o suficiente para serem discípulos, talmidim de um rabino. Por causa disso seguiram a
profissão dos pais.
Certamente
Pedro e André tinham sonhado ouvir aquela
frase, mas agora o Senhor lhes diz: “vem e segue-me!” É por isso que eles deixaram
tudo na mesma hora. Um rabino famoso os estava chamando.
Depois o
Senhor vê a João e Tiago. Que idade eles tinham? Certamente eram jovens
com dezesseis ou dezessete anos. Eles estavam consertando redes porque ainda
estavam aprendendo a profissão de seu pai que era pescador.
Eles não tinham sido selecionados
para serem discípulos de um rabino, mas agora
eles também ouvem aquela frase que tanto
tinham sonhado ouvir: “vem e segue-me!”
Certamente
Zebedeu se sentiu muito orgulhoso que seus filhos se tornassem discípulos de um rabino famoso. Assim fica fácil entender porque todos rapidamente deixavam tudo para
seguir o rabino Jesus.
Depois
disso o Senhor viaja com eles por quarenta quilômetros
até chegar a Cezaréia de Felipe. Aquela era uma cidade de Israel cheia de
idolatria e devassidão. Era uma cidade construída em homenagem a César. Ali era um centro mundial
de adoração ao deus Pã, uma entidade metade homem com corpo de bode. Ali havia
uma gruta com a imagem desse deus que era chamada pelos judeus de porta do
inferno. Ao redor daquele templo homens adoravam ao deus Pã por meio de relações sexuais com cabras.
Ali o
Senhor afirmou que eles faziam parte de sua eclésia,
o gabinete que iria reinar com ele. O Senhor ainda prometeu que as porta do
inferno não poderiam resistir o avanço da sua eclésia.
Não dá para imaginar a emoção e a grande alegria que sentiram de terem sido escolhidos
para serem talmidim com uma missão tão extraordinária.
2. Fomos escolhidos para ser como ele
Noutra
ocasião o Senhor manda os discípulos adiante dele navegando no mar da Galiléia. De madrugada o Senhor aparece para eles andando sobre
as águas. Os discípulos ficaram assustados pensado se tratar de um fantasma,
mas logo o Senhor lhes disse: “Sou eu! Não temais!”
Lembre-se
que um talmid deveria fazer tudo que o seu rabino fizesse e deveria ser tudo o
que ele era. Lembre-se também que todo talmidim estava
destinado a se tornar exatamente como o seu mestre. É por causa disso que Pedro diz: “Se realmente é o Senhor, manda que eu vá ter com o Senhor sobre as águas!” Observe que o Senhor não
o repreendeu dizendo que aquilo era somente para o mestre. Mas imediatamente
disse: “vem!” A frustração de Jesus não era porque eles queriam muito, mas ao contrário, o Senhor desejava que eles entendessem que poderiam
ser como o rabino.
O que levou
Pedro a afundar não foi a falta de fé em Jesus, mas foi a falta de fé de que ele poderia ser como Jesus. Nosso grande desafio é assumir a nossa posição como discípulos do Senhor.
Você foi escolhido para ser discípulo
de Jesus porque ele acredita em você. Antes apenas alguns privilegiados
eram escolhidos, mas agora ele escolheu os que não são escolhidos.
I Jo.
4:17 diz que assim como ele é nós já somos. Nós seremos glorificados no futuro, mas espiritualmente já somos como ele é hoje. Não é por nossos méritos, mas pela ação do Espírito Santo. Os talmidim deveriam ser como seu mestre; eu
sou como o meu mestre Jesus.
Nisto é em nós aperfeiçoado o amor, para que, no Dia do Juízo, mantenhamos confiança;
pois, segundo ele é, também nós somos neste mundo. I Jo.
4:17
Você é alguém muito especial. Você não está vivo para simplesmente
existir ou ocupar um lugar na terra. Sua missão
como igreja é fazer discípulos. É como os peixes que na
piracema vão obstinados para seu propósito, que é chegar ao lugar onde eles vão depositar seus ovos (nascente dos rios. Não existem obstáculos, não existe cansaço. Existe um propósito! Nosso propósito como igreja é fazer discípulos. Por muito tempo a igreja enganou-se, pensando que
deveria fazer convertidos, mas hoje, está vindo sobre nós o entendimento que o propósito, o foco, o alvo, é fazer discípulos!
3. Ele acredita em você
Naqueles dias
todo rabino possuía o seu jugo. Se um jovem
aceitava tornar-se seu discípulo, ele estaria concordando
em tomar sobre si o "jugo" do rabino. O “jugo” seriam os seus ensinamentos,
estilo de vida, etc. Os jovens procuravam aqueles rabinos que tinham o jugo
mais pesado pois esses eram os mais admirados. No entanto o Senhor Jesus começa dizendo que o seu jugo é
suave e leve (Mt. 11:28-30).
Os discípulos de João Batista e dos fariseus
ficavam indignados porque os discípulos de Jesus não jejuavam, comiam ser lavar as mãos e participavam de jantares em casa de pecadores. O
Senhor sempre quebra os nossos padrões religiosos e nos convida
para a sua graça.
O rabino
só convidava alguém para ser seu talmidim se ele acreditasse que ele poderia
se tornar como ele. JESUS ACREDITA QUE VOCÊ PODE SER COMO ELE! Aleluia!
Jesus acredita que podemos curar, operar milagres, caminhar sobre as águas (Mateus 14: 22-29), ressuscitar mortos… Jesus disse em João 15: 16 que “Ele nos escolheu”. Ele acredita em você; creia nisso! Ele acreditou
que seus talmidim poderiam tornar-se líderes e fazerem o mesmo com
muitos outros discípulos. Ele te diz: “vem e segue-me”!
Todo o sistema
rabínico era baseado no princípio do rabino ter fé em seus discípulos. As implicações dessa verdade são surpreendentes. Um rabino só iria pegar um discípulo que ele acreditasse que
poderia realmente fazer o que ele estava fazendo. Veja quantos lugares Jesus
ficou frustrado com os seus discípulos durante o seu ministério. Isso aconteceu porque eles eram incapazes? Não, era sempre porque estavam aquém do que poderiam ser. Ele vê
o que poderiam ser e o que poderiam fazer, e quando eles ficam aquém, o Senhor os reprovava. Não
é a falha deles que é o problema, é a incapacidade de perceberem
do que eles são capazes.
No final
do seu tempo com os seus discípulos, o Senhor tem algumas
palavras finais para dizer-lhes. Ele lhes diz para irem até os confins da terra e fazerem mais discípulos. E então ele parte. Ele promete
enviar o Seu Espírito para guiá-los e dar-lhes o poder, mas o próprio Jesus deixa o futuro da obra nas mãos deles. Ele não tentou controlar as coisas
para garantir que eles não estragariam tudo.
Ele
partiu. Ele confiou que eles realmente poderiam fazê-lo.
Deus tem
uma visão extremamente elevada a nosso
respeito. Deus acredita que somos capazes de coisas incríveis.
Eu
aprendi que eu preciso acreditar em Jesus, é
isso é verdade. Mas o que eu estou
aprendendo agora é que Jesus acredita em mim.
Foi-me
dito que eu preciso ter fé em Deus, é isso é algo bom. Mas o que eu estou
aprendendo é que Deus tem fé em mim. O rabino de Nazaré
acredita que podemos ser como ele!
O
problema é que ser como Ele, é ser como Deus. Olhando no espelho é difícil acreditar que isso possa
ser verdade. A chave é lembrar que os discípulos não escolheram o seu rabino, o
rabino escolhe o discípulo. O rabino Jesus é Deus e Ele escolheu a cada um de nós para ser como ele.
Filipenses
1:6 diz que aquele que começou a boa obra vai terminá-la. Deus é o oleiro e nós somos o barro. Deus é o dançarino e nós somos a dança. Deus é o artista e nós somos sua obra prima.
Nós não estamos aqui por acaso. Deus
nos escolheu para esse tempo. Hoje precisamos receber luz e revelação de quem somos. Na verdade toda a criação está esperando a manifestação dos filhos e filhas de Deus. Apesar de não sermos Deus em seus atributos eternos, definitivamente
somos seus filhos e filhas e um dia seremos capazes de dizer como Jesus disse: “Quem vê a mim, vê ao Pai!”
Não somos mais escravos, mas fomos feitos filhos de Deus. Nos
dias de Paulo o Império Romano governava sobre
todo o mundo. Em toda a história nunca houve nenhum outro
império que possuísse mais escravos que o império
romano. Historiadores dizem que até setenta por cento dos
habitantes de Roma eram escravos.
Paulo diz
que não somos mais escravos mas
somos filhos que foram adotados.
De sorte
que já não és escravo, porém filho; e, sendo filho, também
herdeiro por Deus. Gl. 4:7
Muitas
vezes pensamos que ser adotado é algo ruim, mas conhecendo
como funcionava a lei romana podemos mudar a nossa mente. Um pai poderia
deserdar o seu filho se achasse que ele o desonrava e poderia também fazer de um dos seus escravos um herdeiro dos seus bens.
Para que isso acontecesse esse escravo deveria ser adotado. Um filho poderia
ser deserdado, perder a sua herança, mas um escravo que fosse
adotado não poderia jamais ser
deserdado. Você foi adotado na casa de Deus e
nunca mais poderá perder a sua herança.
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