1.
Você é uma pessoa ansiosa? A ansiedade tem tomado
conta da sua vida nos últimos dias? Você é daquilo tipo de gente, que vive
roendo as unhas? Antecipando os problemas? Os problemas ainda estão longe e
você pensa que eles estão batendo à sua porta? Sofrendo antes dos problemas e
até criando problemas? Você sofre pensando no que vai comer, no que vai vestir?
Onde vai morar? Onde vai trabalhar? Onde seu filho vai estudar? Como vai ser
sua aposentadoria? E se você ficar doente? E se alguém da sua família morrer?
2.
A ansiedade é o mal deste século. Atinge a homens e
mulheres, jovens e velhos, doutores e analfabetos, religiosos e ateus. As
pessoas andam com os nervos à flor da pele. São como um vulcão prestes e entrar
em erupção. São como um barril de pólvora prontas para explodir.
3.
Há várias causas de ansiedade:
a.
Ameaça – Tem muita gente ansiosa pela ameaça de
uma doença. Ficam ansiosas só em pensar em ficar doentes. Outras têm medo de
morrer. Ficam perturbadas só em pensar em morrer. Outras sentem-se ameaçadas
pelo medo da solidão. Outras sentem-se inseguras de perder o emprego.
b.
Medo – O medo é mais do que um sentimento, é
um espírito (2 Tm 1:7). Medo de não casar, medo de casar e medo de divorciar;
medo da vida e medo da morte; medo da solidão e medo da multidão; medo do hoje
e medo do amanhã; medo do conhecido e medo do desconhecido.
4.
Há vários efeitos da ansiedade:
a.
Reações Físicas – Mais de 50% das
doenças são psicossomáticas. As pessoas estão buscando uma paz química. Vivemos
hoje o império dos calmantes. As pessoas dormem um sono artificial. A Bíblia
diz que “o ânimo sereno é a vida do corpo” (Pv 14:30).
b.
Reações Espirituais – A ansiedade nos afasta
de Deus. Onde começa a ansiedade termina a fé. A ansiedade é o útero onde é
gestada a incredulidade.
I. O QUE NÃO É
ANSIEDADE?
1.
Não é desprezar as necessidades do corpo –
Jesus nos ensinou a orar: “O pão nosso de cada dia dá-nos hoje”. Mas, o mundo
está adotando um conceito reducionista, degradando o homem ao nível dos
animais. Parece que o bem estar físico é o único objetivo da vida.
2.
Não é proibir a previdência quanto ao futuro – A
Bíblia aprova o trabalho previdente da formiga. Também os passarinhos fazem
provisão para o futuro, construíndo ninhos e alimetando os filhotes. Muitos
migram para climas mais quentes antes do inverno. O que Jesus proíbe não é a
previdência, mas a preocupação ansiosa. O apóstolo Paulo aconselha: “Não andeis
ansiosos de coisa alguma…” (Fp 4:6-7). O apóstolo Pedro exorta: “Lançai sobre
ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós” (1 Pe 5:7).
3.
Não é estar isento de ganhar a própria vida –
Não podemos esperar o sustento de Deus assentados, de braços cruzados, dizendo
preguiçosamente MEU PAI CELESTE PROVERÁ. Temos de trabalhar. Cristo usou o
exemplo das aves e das plantas: ambos trabalham. Os pássaros buscam o alimento
que Deus proveu na natureza. As plantas extraem do solo e do sol o seu
sustento.
4.
Não é estar isento de dificuldades –
Estar livre de ansiedade e estar livre de dificuldades não é a mesma coisa.
Embora Deus vista a erva do campo, não impede que ela seja cortada e queimada.
Embora Deus nos alimente, ele não nos isenta de aflições e apertos, inclusive
financeiros.
II. O QUE É ANSIEDADE?
1. A ansiedade é
destrutiva –
A palavra ansiedade (v. 22) significa
RASGAR. A palavra inquietação (v. 29) signica CONSTANTE SUSPENSE. Essas duas
palavras eram usadas para descrever um navio surrado pelos ventos fortes e
pelas ondas bravias de uma tempestade.
A palavra ansiedade vem de uma velha
palavra anglo-saxônica que significa ESTRANGULAR. Ela puxa em direção oposta.
Gera uma esquizofrenia existencial. Corrie Ten Boon disse que a ansiedade não
esvazia o amanhã do seu sofrimento, ela esvazia o hoje do seu poder.
2. A ansiedade é
enganadora -
A ansidade tem o poder de criar um
problema que não existe – Muitas vezes sofremos não por um problema real, mas
um problema fictício, gerado pela nossa própria mente perturbada. Os discípulos
olharam para Jesus andando sobre as águas, vindo para socorrê-los e cheios de
medo pensaram que ele era um fantasma.
A
ansiedade tem o poder de aumentar os problemas e diminuir nossa capacidade de
resolvê-los – As pessoas ansiosos são como os espias
de Israel, só enxergam gigantes de dificuldades à sua frente e vêem a si mesmos
como gafanhotos. Lembra de Davi e os soldados de Saul. Todos vêem o gigante,
Davi olha a vitória. Geazi olhou os inimigos e ficou com medo, Eliseu olhou com
outros olhos.
A
ansiedade tem o poder de tirar os nossos olhos de Deus e colocá-los nas
circunstâncias – A ansiedade é um ato de incredulidade,
de falta de confiança em Deus. Onde começa a ansiedade termina a fé.
A
ansiedade tem o poder de tirar os nossos olhos da eternidade e colocá-los
apenas nas coisas temporais – Uma pessoa ansiosa
restringe a vida apenas ao corpo e às necessidades físicas. Jesus disse que
aqueles que fazem provisão apenas para o corpo e não para a alma são loucos.
John Rockefeller disse que o homem mais pobre é aquele que só tem dinheiro.
3. A ansiedade é inútil
– v. 25
Côvado aqui não se refere a estatura (45
cm), mas prolongar a vida, dilatar a vida. A preocupação, segundo Jesus, ao
invés de alongar a vida, pode muito bem encurtá-la.
A ansiedade nos mata pouco a pouco. Ela
rouba nossas forças, mata nossos sonhos, mina a nossa saúde, enfraquece a nossa
fé, tira a nossa confiança em Deus e nos empurra para uma vida menos do que
cristã.
Os hospitais e as sepulturas estão
cheios de pessoas ansiosas. A ansiedade mata! O sentido da palavra ansiedade é
estrangular, é puxar em direções opostas. Quando estamos ansiosos teimamos em
tomar as rédeas da nossa vida e tirá-las das mãos de Deus.
A ansiedade nos leva a perder a alegria
do hoje por causa do medo do amanhã. As pessoas se preocupam com exames,
emprego, casas, saúde, namoro, empreendimentos, dinheiro, casamento,
investimentos… mas os temores e as preocupações muitas vezes jamais acontecerão.
A ansiedade é incompatível com o bom
senso. É uma perda de tempo. Precisamos viver um dia de cada vez. Devemos
planejar o futuro, mas não vivermos ansiosos por causa dele.
Preocupar com o amanhã não nos ajuda nem
amanhã nem hoje. Se alguma coisa nos rouba as forças hoje, significa que vamos
estar mais fracos amanhã. Significa que vamos sofrer desnecessariamente se o
problema não chegar a acontecer e vamos sofrer duplamente se ele chegar.
4. A ansiedade é cega –
v. 23
A ansiedade é uma falsa visão da vida,
de si mesmo e de Deus. A ansiedade nos leva a crer que a vida é feita só
daquilo que comemos e vestimos. Nós ficamos tão preocupados com os meios que
nos esquecemos do fim da vida, que é glorificar a Deus.
A ansiedade não nos deixa ver a obra da
providência de Deus na criação. Deus alimenta as aves do céu. Os corvos não
semeiam, não colhem, não têm despensa (provisão para uma semana) nem celeiro
(provisão para um ano).
Vejamos
alguns dos argumentos de Jesus contra a ansiedade:
Do maior para o menor. Se Deus nos deu
um corpo com vida e se o nosso corpo é mais do que o alimenta e as vestes, ele
nos dará alimentos e vestes – v. 22-23 – Deus é o responsável pela nossa vida e
pelo nosso corpo. Se Deus cuida do maior (nosso corpo), não podemos confiar
nele para cuidar do menor (nosso alimento e nossas vestes?)
Do menor para o maior. As aves e as
flores como exemplo – v. 24,27 – Martinho Lutero disse que Jesus está fazendo
das aves nossos professores e mestres. O mais frágil pardal se transforma em
teólogo e pregador para o mais sábio dos homens, dizendo: Eu prefiro estar na
cozinha do Senhor. Ele fez todas as coisas. Ele sabe das minhas necessidades e
me sustenta. Os lírios se vestem com maior glória que Salomão. Valemos mais que
as aves e os lírios. Se Deus alimenta as aves e veste os lírios do campo, não
cuidará ele de seus filhos? O problema não é o pequeno poder de Deus; o
problema é a nossa pequena fé (v. 28).
5. A ansiedade é
incrédula – v. 30
A ansiedade nos torna menos do que
cristãos. Ela é incompatível com a fé cristã. Ela nos assemelha aos pagãos. A
ansiedade não é cristã. Ela é gerada no ventre da incredulidade, ela é pecado.
Quando ficamos ansiosos com respeito ao
que comer, ao que vestir e coisas semelhantes nós estamos vivendo num nível
inferior aos dos animais e das plantas. Toda a natureza depende de Deus e Deus
jamais falha. Somente os homens quando julgam depender do dinheiro se preocupam
e o dinheiro sempre falha.
Como nós podemos encorajar as pessoas a
colocarem a sua confiança em Deus com respeito ao céu, se nós não confiamos em
Deus nem em relação às coisas da terra?
Um crente ansioso é uma contradição. A
ansiedade é o oposto da fé. É uma incoerência pregar a fé e viver a ansiedade.
Peter Marshall diz que as úlceras não
deveriam se tornar o emblema da nossa fé. Mas geralmente, elas se tornam!
A ansiedade nos leva a perder o
testemunho cristão. Jesus está dizendo que a ansiedade é característica dos
gentios e dos pagãos, daqueles que não conhecem a Deus. Mas um filho de Deus,
tem convicção do amor de Deus e do cuidado de Deus (Rm 8:31-32).
IV. COMO VENCER A
ANSIEDADE
1. Saber que Deus é
nosso Pai e ele conhece todas as nossas necessidades – v. 30
Vencemos a ansiedade quando confiamos em
Deus (v. 28). A fé é o antídoto para a ansiedade. Deus nos conhece. Ele nos
ama. Ele é o nosso Pai. Ele sabe do que temos necessidade. Se pedirmos um pão,
ele não nos dará uma pedra; Se pedirmos um peixe, ele não nos dará uma cobra.
Nele vivemos e nele existimos. Ele é o Deus que nos criou. Ele é o Deus que nos
mantém a vida. Ele nos protege, nos livra, nos guarda, nos sustenta.
O apóstolo nos ensinou a vencer a
ansiedade orando a Deus (Fp 4:6-7). A ansiedade é um pensamento errado e um
sentimento errado. Quando olhamos para a vida na perspectiva de Deus, a nossa
mente é guardada pela paz de Deus. Quando alimentamos nossos sentimentos com a
verdade de que Deus conhece as nossas necessidades e as supre, então a paz de
Deus guarda o nosso coração.
A paz é uma sentinela que guarda a
cidadela da nossa alma.
Saiba que o nosso Deus é o Jeová Roí,
Jeová Jirá, Jeová Shalom, Jeová Shamá, Jeová Rafá, Jeová Nissi. Ele cuida de
nós. Exemplo: George Muller e o orfanato sustentado pela fé.
2. Saber que Deus já se
agradou em nos dar o seu Reino – v. 32
Devemos saber que Deus já nos deu coisas
mais importantes do que bens materiais. Deus já nos deu tudo. Ele nos deu o seu
Filho. Deu-nos a salvação. Deu-nos o seu Reino. Nós somos ovelhas do seu
rebanho, filhos da sua família, servos do seu Reino. Se ele já nos deu o maior,
não nos daria o menor. “Aquele que não poupou ao seu próprio Filho, porventura,
não nos dará graciosamente com ele todas as coisas?” (Rm 8:32).
Deus nos amou com amor eterno. Ele nos
enviou seu Filho unigênito. Ele provou o seu amor por nós quando enviou o seu
Filho para morrer em nosso lugar, para nos dar o Reino.
3. Saber que quando
cuidamos das coisas de Deus, ele cuida das nossas necessidades – v. 31
Aqui temos uma ordem e uma promessa. A
ordem é buscar o governo de Deus, a vontade de Deus, o reinado de Deus em
nossos corações em primeiro lugar. Deus e não nós, deve ocupar o topo da nossa
agenda. Os interesses de Deus e não os nossos devem ocupar a mente e o nosso
coração. Somos desafiados a buscar o governo e o domínio de Cristo em todas as
áreas da nossa vida: casamento, lar, família, vida profissional, lazer.
A promessa é que quando cuidamos das
coisas de Deus, ele cuida das nossas necessidades. “Todas as essas coisas vos
serão acrescentadas”. Ele faz hora extra em favor dos seus filhos. Ele trabalha
em favor daqueles que nele confiam.
4. Saber que devemos
mudar o rumo dos nossos investimentos – v. 33-34
O nosso problema não é a busca do
prazer, mas o contentamento com um prazer muito pequeno. Deus deve ser o nosso
maior prazer. Nada menos do que Deus e seu Reino devem ocupar a nossa mente e o
nosso coração. O nosso problema não é fazer investimentos, mas fazer
investimentos errados. Somos desafiados a buscar uma riqueza que não perece. A
ajuntar tesouros não na terra. A colocarmos nosso dinheiro, nossos bens, nossa
vida a serviço de Deus e do seu Reino, em vez de vivermos ansiosos ajuntando
tesouros para nós mesmos.
No Reino de Deus você tem o que você dá
e perde o que você retém. No Reino de Deus há ricos pobres e pobres ricos.
A grande questão é onde está o nosso
tesouro. Se ele estiver nas coisas, então iremos fazer um investimento errado e
vivermos ansiosos. Mas o nosso tesouro estiver no céu, no Reino de Deus, então,
buscaremos esse Reino em primeiro lugar e viveremos livres de ansiedade
para nos alegrarmos em Deus e deleitarmo-nos nele para sempre.
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