domingo, 11 de maio de 2014

Não desista do seu rebanho!

Leia: Marcos 8.22-26. Nós estamos vivendo dias proféticos. Creio que está se cumprido em nossos dias o que disse Malaquias 4.6,7:
“Eis que eu vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível Dia do SENHOR; ele converterá o coração dos pais aos filhos e o coração dos filhos a seus pais, para que eu não venha e fira a terra com maldição.”

Deus está fazendo uma obra maravilhosa neste tempo e trazendo cura para sua igreja. Ele está curando corações feridos e oprimidos pelo ministério da morte e restaurando o jorrar da sua vida pela mensagem da graça.
Há muitos líderes feridos e amargurados, ferindo e amargurando os seus filhos espirituais e Deus quer trazer libertação e cura para sua igreja.
Nós precisamos ter sensibilidades espiritual para permitir que Deus use a nossa vida como instrumento de bênçãos e seja- mos ministros de vida e não de morte. 
Há muitos pastores adoecendo suas igrejas, e Deus quer nos usar para liberar vida. O desejo de Deus é que sejamos pastores segundo o Seu coração e não segundo as nossas emoções e preferências.
Cada líder precisa cooperar com essa obra de restauração e cura que Deus está promovendo em sua igreja. Mas de que maneira nós podemos ajudar?
Em Marcos 8.22-26 nós vemos o processo de Jesus para curar um cego. O mesmo processo que Ele utilizou para curar aquele cego é o que nós devemos usar para curar nossos filhos espirituais:
1. Em primeiro lugar precisamos conferir se de fato as pessoas estão sendo ministradas
É impressionante, nesse texto, a humildade de Jesus. Depois de ter curado a tantos, com um currículo de tantos milagres ao longo do seu ministério. Alguns Ele nem precisou tocar, apenas com uma palavra enfermos foram curados e até mortos ressuscitados, mesmo assim, depois de ministrar a um homem sem visão, depois de impor-lhe as mãos, Jesus toca no homem e per- gunta-lhe: – Vês alguma coisa? Em outras palavras: – A minha oração surtiu algum efeito imediato na sua vida?
Nós temos que aprender muito com Jesus! Não apenas com a sua humildade, mas também com a sua paciência.
Muitos de nós ainda têm a ingênua mentalidade de que se uma pessoa foi ao Encontro e se batizou, está totalmente curada. Mas Jesus, que é o nosso modelo, depois de curar a tantos, disse àquele homem: – Você vê algo?
Jesus sabia que dar a visão a alguém não é uma coisa simples, pois nem todos recebem na mesma intensidade e da mesma forma.
Muitas vezes nós arrebentamos o coração dos nossos filhos espirituais porque queremos que eles tenham uma visão completa, na primeira oração que fazemos por eles.
Os pastores e lideres, precisam se convencer de que uma mensagem pregada uma única vez e um único culto, não é suficiente para levar uma pessoa ao ponto que ela precisa alcançar em Deus.
Quantos de nós exigimos uma resposta imediata de 100% de todas as pessoas a todos os desafios que fazemos, sem diferenciar umas das outras.
Temos que aprender com Jesus! Se você de fato quer ver as pessoas curadas, certifique-se de que está sendo ouvido. Avalie a eficácia da sua ministração. Pergunte àqueles a quem você está ministrando: – Você está melhor ou pior depois de me ouvir?
Esse é uma pergunta que precisamos fazer constantemente e avaliar na vida do nosso rebanho: Aquilo que eu estou minis- trando está gerando vida ou morte? Minha pregação está melhorando a minha igreja ou está piorando?
Porque se ministrarmos sem o encargo da edificação, o nosso rebanho vai piorar. Jesus teve essa preocupação, mas muitos pastores não se preocupam com isso.
Nossa ministração precisa trazer um efeito positivo na vida do nosso rebanho. Portanto, se quando a reunião termina o povo volta mais cego, do mesmo jeito ou até pior, sentindo-se condenado devemos avaliar o que estamos fazendo.
2. Em segundo lugar, precisamos saber que as pessoas ao receberem o primeiro toque, ainda não são capazes de responder totalmente
A maioria das pessoas só recebeu o primeiro toque, não estando habilitada ainda a responder cem por cento.
A vida cristã é um acumular experiência. Nosso crescimento é gradativo. De acordo com o apóstolo Paulo, em II Coríntios 3.18, é de glória em glória:“E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados, DE GLÓRIA EM GLÓ- RIA, na sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito.”
Para sua igreja ou sua célula se tornar uma família, você precisa aprender a esperar o crescimento como um lavrador que pacientemente espera a terra dar o seu fruto. Como está escrito em I Coríntios 3.6, “Eu plantei, Apolo regou; MAS O CRESCIMENTO VEIO DE DEUS.”
Nós não podemos fazer ninguém crescer, o nosso crescimento e o do nosso irmão vêm de Deus. Observe que nos versos 23 e 24 Jesus pergunta ao homem: “Vês alguma coisa?” Ao que o homem responde: “Vejo, homens, porque como árvores os vejo andando”.
Aquele homem já tinha visão, mas enxergava tudo distorcido. Tem gente que é assim, já foi tocada por Jesus, está na igreja, mas a visão ainda não está totalmente curada. Ainda vê as coisas e as pessoas distorcidas.
Essas pessoas interpretam mal nossas ações, julgam nossas palavras, dão significado distorcido aos nossos gestos. E o problema todo é que temos que conviver com elas, até que elas sejam novamente tocadas por Jesus.
Até que sejamos plenamente curados, temos que orar e pe- dir continuamente: – Jesus, toque novamente a minha vida!
Mas isso é algo que exige de nós fé e muita paciência. Infelizmente muitos líderes se tornaram impacientes para cuidar do rebanho. Com eles é assim: ou a pessoa recebe a visão completa na primeira oração, ou rua! Eles dizem: Irmão já orei sobre isso, não vou orar de novo. Mas parece que Jesus seguiu o caminho oposto.
Impaciência é um problema grave na vida de um pastor de um líder. Porque o homem de Deus não pode ser iracundo.
Em Zacarias 11 nós encontramos uma boa ilustração sobre atitudes de pastores que maltratam as ovelhas. Ali referindo-se aos gentios Deus reclama daqueles que maltratam o seu povo e adverte que eles que estão oprimindo suas ovelhas.
Deus então levanta o profeta como pastor e entrega em suas mãos duas varas. Uma se chama graça e a outra união. Dessa forma, nós vemos que o propósito de Deus é que o pastor apascente as suas ovelhas com a vara da graça. E Deus reclama porque tem pastores enriquecendo batendo nas ovelhas.
Se nós como ministros ao invés de produzir vida produzir- mos morte às ovelhas, Deus vai remover as ovelhas de nós.
Jesus, que era o próprio Deus, teve a humildade de checar o resultado que sua ministração estava produzindo na vida do homem. E ao saber que o homem estava com a visão distorcida, ele se dispôs a orar novamente. Ele não criticou o homem. Ele não colocou a culpa da visão distorcida no homem. Ele chamou para si a responsabilidade de curá-lo completamente. E isso nos introduz ao terceiro princípio.
3. Temos que perseverar na oração até que a obra esteja completa
Que coisa interessante acontece nesse texto. Leiamos o verso 25: “Novamente lhe pôs as mãos nos olhos...”
Essa palavra “novamente” é chave para nós. Jesus não de- sistiu do homem da visão distorcida, Ele perseverou, parou para conversar com o homem. Ele disse: – Você ainda não está bom? Eu vou orar por você mais uma vez. Eu vou impor as mãos em você mais uma vez. E a Bíblia diz que o resultado dessa segunda oração foi: “E tudo distinguia perfeitamente...”
Nós temos que parar para conversar com as nossas ovelhas, com os nossos liderados e, se for preciso, orar mais uma vez, e mais uma vez, até que a cura seja completa. Se Jesus fez isso, por que nós não faríamos? Precisamos ser mais pacientes, investir mais nas pessoas, acreditar mais para que a visão distorcida seja curada.
Igreja é lugar de cura! Igreja é lugar de restauração, de acolhimento, lugar onde as pessoas devem ser ouvidas. Se a igreja não fizer esse trabalho, onde as pessoas irão buscar ajuda?
Não critique os que têm visão distorcida, antes ajude-os a ser curados. Temos que dar o nosso melhor para os nossos liderados e para as nossas ovelhas.
Não adianta ser uma grande igreja, se não for antes uma pequena igreja, onde cada pessoa é cuidada, apascentada e ministrada. E sinceramente, não há estrutura melhor para esse tipo de acompanhamento do que as células.
O problema é que nós queremos resolver a vida toda da pessoa num único final de semana. O Encontro com Deus é uma bênção, mas quando ele termina, começa o trabalho de apascentamento.
Na verdade, o pós-encontro é o trabalho da igreja. Porque Encontro qualquer grupo paraeclesiástico pode promover, mas nutrir as ovelhas e dar continuidade à ministração na vida de uma pessoa, fazer acompanhamento pessoal, somente uma igreja local é capaz de realizar. E digo mais, para se fazê-lo bem e com todas as ovelhas, tem que ser uma igreja estruturada em células.
4. Para consolidar eficazmente a cura, devemos romper com vínculos passados (v.26)
Essa foi a primeira vez, na Bíblia, que Jesus mandou alguém sair da aldeia onde morava. No caso do endemoninhado gadareno, Jesus o mandou voltar para sua casa e para o seu povo (Mc 5.19). Mas no caso deste homem, Jesus manda-o abandonar a aldeia. Isso é extremamente significativo.
O que Jesus está nos ensinando aqui é que não apenas na vida das pessoas que acompanhamos, mas na nossa própria vida, temos que cortar os vínculos com a nossa aldeia, com o nosso passado, com a herança negativa.
A primeira coisa que Deus ordenou a Abraão, quando ele foi chamado foi: “Sai da tua terra, da tua parentela”. Abrão até tentou manter vínculos e levou o pai e o sobrinho, mas enquanto ele não rompeu definitivamente com aqueles relacionamentos, o propósito de Deus não se cumpriu em sua vida.
A palavra “Ló” significa “véu”. Ló foi um impedimento na vida de Abrão. Enquanto ele esteve presente em sua vida, a promessa não pode ser visualizada. Mas no exato momento em que Abraão se separa de seu sobrinho, a Bíblia diz que ele levanta os olhos e vê a promessa, conforme vemos em Gênesis 13.14-17.
No ato da criação, quando Deus institui a família, ele orde- na: “Deixará o homem pai e mãe...” Mais uma vez, vemos a necessidade de romper vínculos passados.
Se você analisar com cuidado, descobrirá o quanto você carrega do seu pai e de sua mãe. Às vezes na maneira de falar, de gesticular, na forma de dormir, ou na mesma maneira de se relacionar.
Muitas vezes esses vínculos funcionam como limitadores em nossa vida, porque as influências que recebemos de pai, mãe, professores de escola, líderes espirituais, da formação religiosa, só saem de nossa vida quando decidimos romper com elas. Se não o fizermos, é certo que reproduziremos toda essa herança em nossa vida. Ex: Avião viajando sobre o Nordeste. 
Dentro de cada um de nós existe um piloto automático que foi programado ao longo da nossa vida. Tudo o que recebemos no nosso processo de formação, e mesmo depois, foi nos transformando na pessoa que somos hoje. E muitos ainda mantêm fortes vínculos com o passado, por causa dessa programação. Eles até tentam mas não conseguem ir muito longe.
Você precisa seguir a ordem de Jesus. Saia da sua aldeia. Você tem que desprogramar esse piloto automático que foi pro- gramado em você e não permite que você rompa.
Você não pode aceitar viver sempre numa fé limitada, sempre numa visão pequena, sempre num limite que outros impuse- ram a você.
É isso que acontece com muitos. Quem sabe na sua própria vida não é assim. Você até tenta mudar, mas não consegue. Aí vem o pastor, o líder “bomba” você com uma palavra de fé: Vamos lá! É a sua hora, é o seu momento. Deus tem algo grande para sua vida. Você fica “turbinado”, parece que a partir daquele momento sua vida vai decolar. Mas depois de alguns dias você se pega no mesmo nível de vida, com os mesmos conflitos, com as mesmas inseguranças, com as mesmas limitações. 
Por isso Jesus disse para aquele homem: – A única maneira de você assumir essa visão que está recebendo é romper com os vínculos do passado. 

Como líderes, precisamos conseguir enxergar esse momento na vida dos nossos liderados. Precisamos ajudar a desprogramar esse piloto automático que limita a vida de tanta gente.
Ovelha precisa de direção. Não estou dizendo que você deve manipular a vida das pessoas e decidir por elas, mas é impossível ser um pastor e não querer guiar as ovelhas.
Durante anos de ministério, já orientei muita gente a mudanças bruscas para o bem delas mesmas. Se você se sente incapaz, peça sabedoria ao Senhor (Tg 1.5).
Eu quero finalizar mostrando a você o exemplo de Elias. Apesar de ser um grande homem de Deus e o símbolo do misté- rio profético no Antigo Testamento, em um dado momento de sua vida, ele se sentiu limitado pelos vínculos do passado. E lá em Berseba, debaixo de um pé de zimbro, ele faz a oração do piloto automático: “Basta, Senhor, tira agora a minha vida, porque não posso ser melhor do que meus pais” (IRs 19.4).
Observe bem a expressão que ele usou: “Não posso ser melhor do que meus pais”.
E Deus, para curar Elias, precisou levá-lo ao cume do monte e lhe dizer: Você pode ser melhor do que seu pai. Eu vou fazer grandes coisas ainda através de sua vida. Através de sua vida eu vou ungir reis e profetas. Tenho coisas grandes para você, Elias. Coisas que seus pais não viram, não experimentaram, não fizeram, mas eu o farei através de sua vida.
Eu creio que essa palavra é para você também. Você que precisa romper e acha que não consegue, porque lhe faltou referencial de fé, de ousadia, de autoridade, de unção e de graça. Você precisa romper com esse piloto automático que programaram em você, para poder avançar.
Seu pai foi rude, foi grosseiro, foi sem afeto. Seus líderes não acreditaram em você. Talvez você veio de um contexto religi- oso de mensagens muito duras. De líderes muito ríspidos e isso afetou sua vida e transformou você na pessoa que você é. Você tenta, mas não consegue ser diferente.
Hoje o Senhor está dizendo que você pode ser melhor do que eles foram. Talvez tudo o que você precisa hoje seja SAIR DA SUA ALDEIA. Cortar o cordão umbilical com esse passado e com esses relacionamentos que estão limitando sua vida. Ouça as palavras de Jesus: – Saia da aldeia! Não volte mais para lá!
Se você for curado, liberto, poderá levar cura e libertação a outras pessoas que precisam de sua ajuda. Neste exato momento, enquanto você lê estas palavras, alguém está esperando você para ajudá-lo a formatar seu “HD mental” e lhe mostrar os novos rumos.
Como pai espiritual, você tem a responsabilidade de ajudar aqueles que estão vivendo presos dentro das aldeias religiosas e mentais. Você precisa liberar seus filhos para que eles sejam melhores do que você é, para que façam mais do que você já fez. Vamos nos unir para tirar o jugo da lei que pesa sobre os ombros de muitas ovelhas. Vamos tirar aqueles que estão atados debaixo da condenação.
A glória do pai que nunca saiu do interior é dizer: – Meu filho viajou para os Estados Unidos.
A glória do pai que nunca frequentou uma escola é poder dizer: – Meu filho é doutor.
Existem pais que prendem os filhos. Existem líderes que prendem os liderados: ninguém pode ser melhor do que eles; ninguém pode crescer mais que eles; ninguém pode fazer melhor que eles. 
Como pai, o seu desafio é curar o coração dos seus filhos espirituais, daqueles que estão feridos. Você precisa assumir o papel de um verdadeiro pai espiritual e derramar a sua vida na vida daqueles que estão ao seu lado.
Eu creio que algum dia todos nós iremos nos encontrar. Eu, você, Jesus e aquele cego que foi curado. Estou ansioso para ouvir tudo o que ele tem a dizer sobre como sua vida mudou a partir daquele dia. Como a sua vida mudou por causa da humildade, da paciência, da perseverança e da orientação direta que Jesus lhe deu.
Creio que também vou encontrar muitos que, através do meu ministério, eu ajudei dando visão e tirando da aldeia. Quan- do esse dia chegar, eu quero encontrar outros ex-cegos, que foram curados por você também.
Feche os seus olhos agora e comece a pensar nos muitos cegos que estão precisando de sua ajuda. E a próxima vez em que você estiver com os seus liderados, ore mais uma vez por eles e, se você se sentir à vontade, pergunte-lhes: A minha oração surtiu algum efeito em sua vida? E então, está pronto para começar?

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