Leia: Marcos 8.22-26. Nós estamos
vivendo dias proféticos. Creio que está se cumprido em nossos dias o que
disse Malaquias 4.6,7:
“Eis
que eu vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível Dia do
SENHOR; ele converterá o coração dos pais aos filhos e o coração dos filhos a
seus pais, para que eu não venha e fira a terra com maldição.”
Deus está
fazendo uma obra maravilhosa neste tempo e trazendo cura para sua igreja. Ele
está curando corações feridos e oprimidos pelo ministério da morte e
restaurando o jorrar da sua vida pela mensagem da graça.
Há muitos
líderes feridos e amargurados, ferindo e amargurando os seus
filhos espirituais e Deus quer trazer libertação e cura para sua igreja.
Nós precisamos
ter sensibilidades espiritual para permitir que Deus use a nossa vida como
instrumento de bênçãos e seja- mos ministros de vida e não de morte.
Há muitos
pastores adoecendo suas igrejas, e Deus quer nos usar para liberar vida. O
desejo de Deus é que sejamos pastores segundo o Seu coração e não segundo as
nossas emoções e preferências.
Cada líder
precisa cooperar com essa obra de restauração e cura que Deus está promovendo
em sua igreja. Mas de que maneira nós podemos ajudar?
Em Marcos
8.22-26 nós vemos o processo de Jesus para curar um cego. O mesmo processo que
Ele utilizou para curar aquele cego é o que nós devemos usar para curar nossos
filhos espirituais:
1. Em primeiro
lugar precisamos conferir se de fato as pessoas estão sendo ministradas
É
impressionante,
nesse texto, a humildade de Jesus. Depois de ter curado a tantos, com um
currículo de tantos milagres ao longo do seu ministério. Alguns Ele nem
precisou
tocar, apenas com uma palavra enfermos foram curados e até mortos
ressuscitados, mesmo assim, depois de ministrar a um homem sem visão,
depois de
impor-lhe as mãos, Jesus toca no homem e per- gunta-lhe: – Vês alguma coisa?
Em outras palavras: – A minha oração surtiu algum efeito imediato na sua
vida?
Nós temos que
aprender muito com Jesus! Não apenas com a sua humildade, mas também com a sua
paciência.
Muitos de nós
ainda têm a ingênua mentalidade de que se uma pessoa foi ao Encontro e se
batizou, está totalmente curada. Mas Jesus, que é o nosso modelo, depois de
curar a tantos, disse àquele homem: – Você vê algo?
Jesus sabia que
dar a visão a alguém não é uma coisa simples, pois nem todos recebem na mesma
intensidade e da mesma forma.
Muitas vezes
nós arrebentamos o coração dos nossos filhos espirituais porque queremos que
eles tenham uma visão completa, na primeira oração que fazemos por eles.
Os pastores e lideres, precisam se convencer de que uma mensagem pregada uma única vez e um único
culto, não é suficiente para levar uma pessoa ao ponto que ela precisa alcançar
em Deus.
Quantos de nós
exigimos uma resposta imediata de 100% de todas as pessoas a todos os desafios
que fazemos, sem diferenciar umas das outras.
Temos que
aprender com Jesus! Se você de fato quer ver as pessoas curadas, certifique-se
de que está sendo ouvido. Avalie a eficácia da sua ministração. Pergunte
àqueles a quem você está ministrando: – Você está melhor ou pior depois de
me ouvir?
Esse é uma
pergunta que precisamos fazer constantemente e avaliar na vida do nosso
rebanho: Aquilo que eu estou minis- trando está gerando vida ou morte? Minha
pregação está melhorando a minha igreja ou está piorando?
Porque se
ministrarmos sem o encargo da edificação, o nosso rebanho vai piorar. Jesus
teve essa preocupação, mas muitos pastores não se preocupam com isso.
Nossa
ministração precisa trazer um efeito positivo na vida do nosso rebanho.
Portanto, se quando a reunião termina o povo volta mais cego, do mesmo jeito ou
até pior, sentindo-se condenado devemos avaliar o que estamos fazendo.
2. Em segundo
lugar, precisamos saber que as pessoas ao receberem o primeiro toque, ainda não
são capazes de responder totalmente
A maioria das
pessoas só recebeu o primeiro toque, não estando habilitada ainda a responder
cem por cento.
A vida cristã é
um acumular experiência. Nosso crescimento é gradativo. De acordo com o
apóstolo Paulo, em II Coríntios 3.18, é de glória em glória:“E
todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do
Senhor, somos transformados, DE GLÓRIA EM GLÓ- RIA, na sua própria imagem, como
pelo Senhor, o Espírito.”
Para sua igreja
ou sua célula se tornar uma família, você precisa aprender a esperar o
crescimento como um lavrador que pacientemente espera a terra dar o seu fruto.
Como está escrito em I Coríntios 3.6, “Eu plantei, Apolo regou; MAS O CRESCIMENTO VEIO DE DEUS.”
Nós não podemos
fazer ninguém crescer, o nosso crescimento e o do nosso irmão vêm de Deus. Observe que nos
versos 23 e 24 Jesus pergunta ao homem: “Vês alguma coisa?” Ao que o
homem responde: “Vejo, homens, porque como árvores os vejo andando”.
Aquele homem já
tinha visão, mas enxergava tudo distorcido. Tem gente que é assim, já foi
tocada por Jesus, está na igreja, mas a visão ainda não está totalmente curada.
Ainda vê as coisas e as pessoas distorcidas.
Essas pessoas interpretam
mal nossas ações, julgam nossas palavras, dão significado distorcido aos nossos
gestos. E o problema todo é que temos que conviver com elas, até que elas
sejam novamente tocadas por Jesus.
Até que sejamos
plenamente curados, temos que orar e pe- dir continuamente: – Jesus, toque
novamente a minha vida!
Mas isso é algo
que exige de nós fé e muita paciência. Infelizmente muitos líderes se
tornaram impacientes para cuidar do rebanho. Com eles é assim: ou a pessoa
recebe a visão completa na primeira oração, ou rua! Eles dizem: – Irmão
já orei sobre isso, não vou orar de novo. Mas parece que Jesus seguiu o caminho
oposto.
Impaciência é
um problema grave na vida de um pastor de um líder. Porque o homem de Deus não pode ser
iracundo.
Em Zacarias 11
nós encontramos uma boa ilustração sobre atitudes de pastores que maltratam as
ovelhas. Ali referindo-se aos gentios Deus reclama daqueles que maltratam o seu
povo e adverte que eles que estão oprimindo suas ovelhas.
Deus então
levanta o profeta como pastor e entrega em suas mãos duas varas. Uma se chama
graça e a outra união. Dessa forma, nós vemos que o propósito de Deus é que o
pastor apascente as suas ovelhas com a vara da graça. E Deus reclama porque
tem pastores enriquecendo batendo nas ovelhas.
Se nós como
ministros ao invés de produzir vida produzir- mos morte às ovelhas, Deus vai
remover as ovelhas de nós.
Jesus, que era
o próprio Deus, teve a humildade de checar o resultado que sua ministração
estava produzindo na vida do homem. E ao saber que o homem estava com a visão
distorcida, ele se dispôs a orar novamente. Ele não criticou o homem. Ele não
colocou a culpa da visão distorcida no homem. Ele chamou para si a
responsabilidade de curá-lo completamente. E isso nos introduz ao terceiro princípio.
3. Temos que
perseverar na oração até que a obra esteja completa
Que coisa
interessante acontece nesse texto. Leiamos o verso 25: “Novamente lhe pôs
as mãos nos olhos...”
Essa palavra
“novamente” é chave para nós. Jesus não de- sistiu do homem da visão
distorcida, Ele perseverou, parou para conversar com o homem. Ele disse: –
Você ainda não está bom? Eu vou orar por você mais uma vez. Eu vou impor as
mãos em você mais uma vez. E a Bíblia diz
que o resultado dessa segunda oração foi: “E tudo distinguia perfeitamente...”
Nós temos que
parar para conversar com as nossas ovelhas, com os nossos liderados e, se for
preciso, orar mais uma vez, e mais uma vez, até que a cura seja completa. Se Jesus fez
isso, por que nós não faríamos? Precisamos ser mais pacientes, investir mais
nas pessoas, acreditar mais para que a visão distorcida seja curada.
Igreja é lugar
de cura! Igreja é lugar de restauração, de acolhimento, lugar onde as pessoas
devem ser ouvidas. Se a igreja não fizer esse trabalho, onde as pessoas irão
buscar ajuda?
Não critique os
que têm visão distorcida, antes ajude-os a ser curados. Temos que dar o
nosso melhor para os nossos liderados e para as nossas ovelhas.
Não adianta ser
uma grande igreja, se não for antes uma pequena igreja, onde cada pessoa é
cuidada, apascentada e ministrada. E sinceramente, não há estrutura melhor para
esse tipo de acompanhamento do que as células.
O problema é
que nós queremos resolver a vida toda da pessoa num único final de semana. O
Encontro com Deus é uma bênção, mas quando ele termina, começa o trabalho de
apascentamento.
Na verdade, o
pós-encontro é o trabalho da igreja. Porque Encontro qualquer grupo
paraeclesiástico pode promover, mas nutrir as ovelhas e dar continuidade à
ministração na vida de uma pessoa, fazer acompanhamento pessoal, somente uma
igreja local é capaz de realizar. E digo mais, para se fazê-lo bem e com todas
as ovelhas, tem que ser uma igreja estruturada em células.
4. Para
consolidar eficazmente a cura, devemos romper com vínculos passados (v.26)
Essa foi a
primeira vez, na Bíblia, que Jesus mandou alguém sair da aldeia onde morava. No
caso do endemoninhado gadareno, Jesus o mandou voltar para sua casa e para o
seu povo (Mc 5.19). Mas no caso deste homem, Jesus manda-o abandonar a aldeia.
Isso é extremamente significativo.
O que Jesus
está nos ensinando aqui é que não apenas na vida das pessoas que acompanhamos,
mas na nossa própria vida, temos que cortar os vínculos com a nossa aldeia, com
o nosso passado, com a herança negativa.
A primeira
coisa que Deus ordenou a Abraão, quando ele foi chamado foi: “Sai da tua
terra, da tua parentela”. Abrão até tentou manter vínculos e levou o pai e
o sobrinho, mas enquanto ele não rompeu definitivamente com aqueles
relacionamentos, o propósito de Deus não se cumpriu em sua vida.
A palavra “Ló”
significa “véu”. Ló foi um impedimento na vida de Abrão. Enquanto ele esteve
presente em sua vida, a promessa não pode ser visualizada. Mas no exato momento
em que Abraão se separa de seu sobrinho, a Bíblia diz que ele levanta os olhos
e vê a promessa, conforme vemos em Gênesis 13.14-17.
No ato da
criação, quando Deus institui a família, ele orde- na: “Deixará o homem pai
e mãe...” Mais uma vez, vemos a necessidade de romper vínculos passados.
Se você
analisar com cuidado, descobrirá o quanto você carrega do seu pai e de sua mãe.
Às vezes na maneira de falar, de gesticular, na forma de dormir, ou na mesma maneira
de se relacionar.
Muitas vezes
esses vínculos funcionam como limitadores em nossa vida, porque as influências
que recebemos de pai, mãe, professores de escola, líderes espirituais, da
formação religiosa, só saem de nossa vida quando decidimos romper com elas. Se
não o fizermos, é certo que reproduziremos toda essa herança em nossa vida. Ex: Avião viajando sobre o Nordeste.
Dentro de cada
um de nós existe um piloto automático que foi programado ao longo da nossa
vida. Tudo o que recebemos no nosso processo de formação, e mesmo depois, foi
nos transformando na pessoa que somos hoje. E muitos ainda mantêm fortes
vínculos com o passado, por causa dessa programação. Eles até tentam mas não
conseguem ir muito longe.
Você precisa
seguir a ordem de Jesus. Saia da sua aldeia. Você tem que desprogramar esse
piloto automático que foi pro- gramado em você e não permite que você rompa.
Você não pode
aceitar viver sempre numa fé limitada, sempre numa visão pequena, sempre num
limite que outros impuse- ram a você.
É isso que
acontece com muitos. Quem sabe na sua própria vida não é assim. Você até tenta
mudar, mas não consegue. Aí vem o pastor, o líder “bomba” você com uma palavra
de fé: – Vamos lá! É a sua hora, é o seu momento. Deus tem algo grande
para sua vida. Você fica “turbinado”, parece que a partir daquele momento sua
vida vai decolar. Mas depois de alguns dias você se pega no mesmo nível de
vida, com os mesmos conflitos, com as mesmas inseguranças, com as mesmas
limitações.
Por isso Jesus
disse para aquele homem: – A única maneira de você assumir essa visão que está
recebendo é romper com os vínculos do
passado.
Como líderes,
precisamos conseguir enxergar esse momento na vida dos nossos liderados.
Precisamos ajudar a desprogramar esse piloto automático que limita a vida de
tanta gente.
Ovelha precisa
de direção. Não estou dizendo que você deve manipular a vida das pessoas e
decidir por elas, mas é impossível ser um pastor e não querer guiar as ovelhas.
Durante anos de ministério, já orientei muita gente a mudanças bruscas para o bem
delas mesmas. Se você se sente incapaz, peça sabedoria ao Senhor (Tg 1.5).
Eu quero
finalizar mostrando a você o exemplo de Elias. Apesar de ser um grande homem de
Deus e o símbolo do misté- rio profético no Antigo Testamento, em um dado
momento de sua vida, ele se sentiu limitado pelos vínculos do passado. E lá em
Berseba, debaixo de um pé de zimbro, ele faz a oração do piloto automático: “Basta,
Senhor, tira agora a minha vida, porque não posso ser melhor do que meus pais” (IRs
19.4).
Observe bem a
expressão que ele usou: “Não posso ser melhor do que meus pais”.
E Deus, para
curar Elias, precisou levá-lo ao cume do monte e lhe dizer: – Você pode
ser melhor do que seu pai. Eu vou fazer grandes coisas ainda através de sua
vida. Através de sua vida eu vou ungir reis e profetas. Tenho coisas grandes
para você, Elias. Coisas que seus pais não viram, não experimentaram, não fizeram, mas eu o farei através de sua vida.
Eu creio que
essa palavra é para você também. Você que precisa romper e acha que não consegue,
porque lhe faltou referencial de fé, de ousadia, de autoridade, de unção e de
graça. Você precisa romper com esse piloto automático que programaram em
você, para poder avançar.
Seu pai foi
rude, foi grosseiro, foi sem afeto. Seus líderes não acreditaram em você.
Talvez você veio de um contexto religi- oso de mensagens muito duras. De
líderes muito ríspidos e isso afetou sua vida e transformou você na pessoa que
você é. Você tenta, mas não consegue ser diferente.
Hoje o Senhor
está dizendo que você pode ser melhor do que eles foram. Talvez tudo o que você
precisa hoje seja SAIR DA SUA ALDEIA. Cortar o cordão umbilical com esse
passado e com esses relacionamentos que estão limitando sua vida. Ouça as
palavras de Jesus: – Saia da aldeia! Não volte mais para lá!
Se você for
curado, liberto, poderá levar cura e libertação a outras pessoas que precisam
de sua ajuda. Neste exato momento, enquanto você lê estas palavras, alguém está
esperando você para ajudá-lo a formatar seu “HD mental” e lhe mostrar os novos
rumos.
Como pai
espiritual, você tem a responsabilidade de ajudar aqueles que estão vivendo
presos dentro das aldeias religiosas e mentais. Você precisa liberar seus
filhos para que eles sejam melhores do que você é, para que façam mais do que
você já fez. Vamos nos unir para tirar o jugo da lei que pesa sobre os ombros
de muitas ovelhas. Vamos tirar aqueles que estão atados debaixo da condenação.
A glória do pai
que nunca saiu do interior é dizer: – Meu filho viajou para os Estados Unidos.
A glória do pai
que nunca frequentou uma escola é poder dizer: – Meu filho é doutor.
Existem pais
que prendem os filhos. Existem líderes que prendem os liderados: ninguém pode
ser melhor do que eles; ninguém pode crescer mais que eles; ninguém pode fazer
melhor que eles.
Como pai, o seu
desafio é curar o coração dos seus filhos espirituais, daqueles que estão feridos.
Você precisa assumir o papel de um verdadeiro pai espiritual e derramar a sua
vida na vida daqueles que estão ao seu lado.
Eu creio que
algum dia todos nós iremos nos encontrar. Eu, você, Jesus e aquele cego que foi
curado. Estou ansioso para ouvir tudo o que ele tem a dizer sobre como sua vida
mudou a partir daquele dia. Como a sua vida mudou por causa da humildade, da
paciência, da perseverança e da orientação direta que Jesus lhe deu.
Creio que
também vou encontrar muitos que, através do meu ministério, eu ajudei dando
visão e tirando da aldeia. Quan- do esse dia chegar, eu quero encontrar outros
ex-cegos, que foram curados por você também.
Feche os seus
olhos agora e comece a pensar nos muitos cegos que estão precisando de sua
ajuda. E a próxima vez em que você estiver com os seus liderados, ore mais uma
vez por eles e, se você se sentir à vontade, pergunte-lhes: – A minha
oração surtiu algum efeito em sua vida? E então, está pronto para começar?
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