quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Décimo Primeiro Dia A Justificação apenas pela fé - Jejum De Daniel

Existe uma verdade que é o centro da mensagem do evangelho. Na verdade, o cristianismo não
existiria se não fosse essa verdade. Estou falando da justificação. A justificação é a boa nova de
que somos aceitos diante de Deus não por causa de nossas boas obras e de nosso bom
comportamento, mas através de um simples ato de fé em Cristo. Quando cremos em Cristo e na
Sua obra realizada na Cruz, somos declarados justos diante de Deus. Este é o ponto central da
mensagem do evangelho. Precisamos conhecer essa verdade e aplicá-la em todas as áreas de
nossa vida cristã.
O que significa a justificação? Justificação é um termo legal que foi tomado emprestado dos
tribunais. É o oposto exato de condenação. Condenar é declarar uma pessoa culpada; justificar é
declará la sem culpa, inocente ou justa. Justificação é o ato do favor imerecido de Deus através
do qual Ele coloca diante de si o pecador, perdoando lhe e declarando-o sem culpa, e ainda
aceitando o como justo.
Em Romanos 3.24, Paulo diz que fomos “justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a
redenção que há em Cristo Jesus”. Isso significa que você foi declarado justo por causa da
redenção de Jesus na cruz.
A Palavra de Deus diz que todo homem é pecador, no entanto a humanidade não sabia disso.
Assim, Deus mandou o seu prumo para a terra. O prumo de Deus é a lei. Pela lei, ficamos
sabendo que estamos fora do padrão da justiça de Deus. Mas não era a intenção de Deus
justificar o homem pela lei. Pela lei, apenas vem o pleno conhecimento do pecado. Assim, Cristo
Jesus veio, morreu e ressuscitou para ser a nossa justiça.
Dessa forma, podemos compreender o que é justificação: justificação é o ato de Deus aprovar as
pessoas de acordo com o Seu padrão de justiça. Embora pensemos que somos justos, nossa
justiça não é nada quando colocada no prumo da justiça de Deus. Deus mesmo é o padrão.
Sendo Deus o padrão, Sua exigência de justiça é absurdamente alta. Por isso, nenhum homem
poderia se justificar diante de Deus, o padrão é inatingivelmente alto. Precisamos da justificação
pela fé, e não por obras da lei.
Muitos dizem que justificação pode ser definida “como se você nunca tivesse pecado”. Essa
definição, porém, é incompleta. Se nunca tivéssemos pecado, isso nos faria neutros, mas não
justos. Ser justificado significa que Deus tomou os meus pecados e colocou sobre Cristo e pegou
a justiça de Cristo e a colocou em mim.
Deus tomou a lei e a substituiu pela fé. Crer é a única lei que Deus exige do homem pecador. Se o
homem crê em Cristo, esta fé lhe é imputada por justiça. Não que o homem possa crer por si
mesmo, sua fé é apenas um eco da voz de Cristo chamando-o. Cristo é o autor da nossa fé e
nossa própria justiça.
Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos
justiça de Deus (2 Co 5.21).
Em Cristo Jesus, nós fomos feitos justiça de Deus. Você não foi apenas perdoado, foi declarado
justo. Ser justificado é muito mais que ser perdoado. Ser perdoado significa que o pecador pode
ser liberado de ter que pagar a penalidade que ele merece. Mas ser justificado significa que ele
pode entrar na comunhão com Deus, pois é justo, jamais cometeu pecado.
O perdão é negativo, é o cancelamento de um débito, enquanto a justificação é positiva, é receber
um novo status de justo diante de Deus. É o caso de um assassino. Um assassino perdoado
continua sendo um assassino, ainda que um assassino perdoado. Mas, se ele pudesse nascer de
novo de uma forma miraculosa, ele poderia ser declarado justo em sua nova vida. Isso é
justificação. Quando Cristo morreu, eu morri com Ele, e quando Ele ressuscitou, eu renasci para
uma nova vida. Isso tudo se torna uma realidade no momento em que confesso a Jesus.
O fundamento do evangelho é que a salvação começa e termina com Deus. Na salvação, não há
lugar para a obra humana. Somente a graça de Deus é a fonte de nossa salvação. A justificação é
pela fé apenas. Hoje, somos declarados justos quando cremos na redenção de Cristo, na Sua
obra consumada na cruz.
Nossa justiça é um dom de Deus. Você foi feito tão justo como Jesus, não por meio do seu
comportamento, mas pela fé n’Ele e em Sua obra consumada na cruz.
Se, pela ofensa de um e por meio de um só, reinou a morte, muito mais os que recebem a
abundância da graça e o dom da justiça reinarão em vida por meio de um só, a saber, Jesus
Cristo (Rm 5.17).
Mas a verdade é que o diabo fica constantemente lembrando-o do quanto você é pecador. Você
deve rejeitar toda acusação maligna. Não há nada que você possa fazer para Deus amá-lo mais,
e não há nada que você faça que O leve a amá-lo menos.
Seu direito de ser justo foi comprado pelo sangue de Jesus. Mas muitos crentes ainda vivem
debaixo de condenação e acusação. Nossa justiça não depende mais de nosso comportamento,
pois nossa justiça é Cristo. Mesmo quando agimos mal, podemos ousadamente declarar que
somos justos, pois nossa justiça é Cristo.
A razão por que muitos crentes vivem uma vida de derrota é porque acreditam na mentira de que
Deus está zangado com eles. Estão sempre com a sensação de que não estão bem com Deus,
simplesmente não sentem paz. Ninguém pode sentir paz se está debaixo de condenação.
Por causa da obra consumada de Jesus, a ira de Deus não pode mais estar sobre nós. Toda ira
de Deus por causa do pecado caiu sobre o Senhor Jesus na cruz. Se toda ira já caiu sobre Jesus,
então Ele não pode estar irado conosco. Não estamos mais debaixo da velha aliança, segundo a
qual, às vezes Deus estava feliz com você e às vezes estava zangado, dependendo do seu
comportamento. Hoje, Ele tem total prazer em você por causa de Jesus.
Sei que, na tentativa de ser zeloso, você está sempre olhando para si mesmo àprocura de alguma
coisa errada. Chamamos isso de introspecção. Existe um grande perigo na introspecção. Ficar o
tempo todo se analisando e se vasculhando para ver se há algo errado vai levá-lo ao abismo.
Pode parecer zelo e santidade, mas, na verdade, é a carne tentando se justificar diante de Deus
sem depender do sangue de Jesus.
Reconheça que você já foi justificado. Hoje, somos justos por causa da obra consumada na cruz.
Não precisamos ficar nos analisando, porque essa é a função do Espírito. Se houver algo errado
em você, Ele vai trazer luz e você poderá se arrepender e mudar de conduta. Já fomos perdoados
de todo pecado e de toda iniquidade.
Muitos confundem a introspecção com o convencimento do Espírito Santo a respeito do pecado.
Hoje, não precisamos mais ser convencidos do pecado, pois já fomos convencidos do pecado
quando nos convertemos. Hoje, o trabalho do Espírito Santo é nos convencer da justiça (Jo 16.8).
Você precisa receber a revelação de que já é justo em Cristo Jesus. Ajoelhe agora mesmo e ore
pedindo luz sobre essa verdade. Sem esse conhecimento, sua vida de oração ficará sempre
bloqueada.
O problema é que muitos vivem debaixo de acusação e condenação do diabo, mas pensam que
se trata do convencimento do Espírito Santo. Quando o Espírito opera, Ele nos convence de que,
mesmo quando falhamos, somos justiça de Deus em Cristo. Ele nos convence de que já fomos
perdoados.
A lei versus a graça
O que é a lei? Evidentemente, por “lei”, nós entendemos todos os mandamentos de Deus e, por
“obras da lei”, o nosso esforço para guardar esses mandamentos. Os religiosos ensinam que o
homem é justificado obedecendo aos mandamentos da lei. Eles veem o ensino da justificação
pela fé como um tipo de licença para que as pessoas vivam no pecado. É assim que pensam
muitos crentes dos nossos dias. Cada vez que nos ouvem pregando sobre a graça, ficam com o
cabelo em pé pensando que se trata de um ensino que enfraquece a santidade. Por causa disso,
os legalistas procuram sempre acrescentar a lei ao evangelho. Eles acreditam que a única
maneira de ser justificado é com trabalho duro. Devemos guardar todos os mandamentos. Na
visão de um religioso, somente podemos ser justos se nos comportarmos corretamente.
Esta tem sido a base de todas as religiões. Toda religião ensina que o homem precisa se
comportar bem para poder agradar a Deus e receber o Seu favor. A religião diz ao homem que, se
ele tão somente conseguir melhorar um pouco o seu comportamento e se ele se esforçar um
pouquinho mais, conseguirá obter a sua própria salvação e o favor de Deus.
Mas essa é a maior mentira do mundo. Nenhum homem jamais foi justificado pelo seu bom
comportamento, pelo simples motivo de que ninguém jamais conseguiu cumprir a lei. Podemos
até guardar alguns mandamentos de forma exterior, mas guardá-los no interior do coração é
completamente impossível. Podemos guardar o mandamento de não roubar ou não matar até com
alguma facilidade, mas não conseguimos deixar de desejar a morte do outro ou de cobiçar as
suas coisas. Somente o Senhor Jesus cumpriu a lei perfeitamente.
Se você for honesto consigo mesmo, verá que já quebrou todos os mandamentos da lei de Deus.
Jesus disse que, se desejamos a morte do outro, já nos tornamos homicidas. Se cobiçamos as
coisas do outro, já somos ladrões, e se cobiçamos uma mulher, já nos tornamos adúlteros. Por
causa disso, a Bíblia diz que homem algum pode ser justificado pelas obras da lei. Se as pessoas
avaliassem essa questão com honestidade, perceberiam que é impossível entrar no céu dessa
maneira.
Mas o cristianismo é diferente de todas as outras religiões. Enquanto todas elas ensinam que
precisamos ser bons para entrarmos no céu, no cristianismo tudo o que temos de fazer para
sermos salvos é reconhecer que somos pecadores e colocar a nossa fé em Cristo e Sua obra na
cruz.
As religiões ensinam que devemos nos esforçar para agradar a Deus, mas, no cristianismo, é
abençoado aquele que não merece, é salvo aquele que se reconhece pecador e sem mérito
nenhum.
Evidentemente a fé em Cristo não é apenas uma concordância mental, mas um compromisso
pessoal. Paulo Diz que aquele que crê em Cristo crê para dentro dele. É um ato de entrega, não
apenas de aceitação do fato de Jesus ter vivido a morrido, mas de correr a Ele em busca de
refúgio a clamar por misericórdia.
O meio humano de tentar se justificar é pelas obras da lei, mas o meio de Deus é por meio da fé
em Jesus Cristo. Porque estamos debaixo da graça, já não precisamos guardar a lei. Pelo
contrário, somos justificados pela fé em Cristo.
Sabendo, contudo, que o homem não é justificado por obras da lei, e sim mediante a fé em Cristo
Jesus, também temos crido em Cristo Jesus, para que fôssemos justificados pela fé em Cristo e
não por obras da lei, pois, por obras da lei, ninguém será justificado (Gl 2.16).
Fé em Cristo significa ser unido a Cristo num único corpo. Fé em Cristo não é fé em uma doutrina
sobre Cristo, mas fé na pessoa de Cristo. Essa fé cria uma união na qual nos tornamos um com
Cristo. Antes de crermos, nós estávamos separados de Cristo, mas, quando cremos, fomos
unidos a Ele e nos tornamos um com Ele. Essa união pode ser comparada a um enxerto de uma
árvore na outra. Quando cremos em Cristo, somos enxertados n’Ele. Nossa vida agora é a mesma
de Cristo, temos uma só vida.
Para haver enxerto, são necessárias duas ações: o cortar e o unir. Não é possível haver enxerto
se não houver o corte. Depois que somos cortados da árvore antiga, precisamos ser unidos a uma
nova. O cortar corresponde à morte de Cristo, e o unir, à Sua ressurreição. Em Sua morte, nossa
velha vida foi cortada e, em Sua ressurreição, fomos unidos a Ele para termos vida. A experiência
da morte de Cristo nos faz morrer para a lei e a experiência da ressurreição capacita-nos a viver
para Deus.
Muitos compreendem a justificação apenas como um ato jurídico. Pela fé, sabemos que a justiça
de Cristo foi transferida a nós. Apesar de ser verdade, não é muito claro. A maneira de
compreendermos a justificação é compreendendo que estamos em Cristo. Pelo fato de sermos
parte de Cristo, Deus pode reconhecê-lO como a nossa justiça. Visto que nós e Cristo somos um,
tudo o que pertence a Ele é nosso. A justiça d’Ele é a nossa justiça. É assim que Deus vê.
O casamento é também uma ilustração desse fato. Suponha que uma mulher pobre se una a um
homem muito rico. Por meio da união do casamento, ela participa das riquezas do marido. Da
mesma maneira, nós fomos unidos a Cristo e participamos de tudo o que Ele tem e é. Assim que
essa união ocorre aos olhos de Deus, Cristo se une a nós e nós nos tornamos um com Ele. É
dessa forma que somos justificados diante de Deus.
Precisamos entender também que o nosso velho homem não pode ser justificado. Nosso velho
homem é nascido no pecado e inimigo de Deus, mas, quando cremos em Cristo, nós nos unimos
a Ele em Sua morte. Na morte de Cristo, o nosso velho homem foi crucificado e, quando Cristo
ressuscitou, nós recebemos uma nova vida. Isso é chamado de novo nascimento. O velho homem
já morreu e esse novo homem, essa nova criatura vive hoje pela fé do Filho de Deus e possui a
sua justiça.
O novo nascimento é a aplicação prática da justificação. Já morremos para a lei e hoje vivemos
pela fé do Filho de Deus. Paulo diz que o novo nascimento é o ponto mais importante.
Pois nem a circuncisão é coisa alguma, nem a incircuncisão, mas o ser nova criatura (Gl 6.15).
Esse novo homem já morreu para a lei. O que significa morrer para a lei? Significa que eu já fui
liberto de ter de agradar a Deus pelo meu esforço próprio. Todo filho de Deus deseja agradar a
Deus, mas, quando tentamos agradar-Lhe por meio de nossos méritos, nós caímos novamente na
lei dos mandamentos. A única maneira de agradarmos a Deus é desfrutando de Cristo pela fé. A
vida que hoje vivemos deve ser pela fé do Filho de Deus.
Só podemos desfrutar de Cristo quando focamos nossa atenção em nossa união com Ele. Quanto
mais desfrutamos d’Ele, mais nós agradamos a Deus. Somente agrada a Deus aquele que
desfruta da graça, que é Cristo.
Não anule a graça
O evangelho da justificação pela fé é uma verdade muito simples, mas muito poderosa. Ela foi
colocada em dúvida nos dias de Paulo e ainda hoje é resistida. Os legalistas rejeitam a
justificação pela fé porque acreditam que ela leva o crente a ter uma vida no pecado. Quando
Paulo ensinava que a justificação era exclusivamente pela fé, os críticos judaizantes afirmavam
que isso era um tipo antinomianismo, heresia que ensinava que os crentes não precisavam mais
cumprir lei alguma. Eles diziam: “Se Deus nos considera justos unicamente pela nossa fé em
Cristo, então por que preciso me esforçar para ser bom e viver em integridade? Se é assim não é
melhor fazer tudo o que tivermos vontade?”.
O que muitos não entendem é que a justificação pela fé não é um tipo de ficção espiritual na qual
Deus faz de conta que somos justos enquanto nosso caráter continua o mesmo. A justificação
acontece quando creio em Cristo. Nesse momento, eu sou unido a Cristo e minha vida é
totalmente transformada. Nunca mais serei a mesma pessoa porque a justificação vem sempre
junto com a regeneração, o novo nascimento. Falar que uma pessoa regenerada e justificada
pode voltar para a vida no pecado é uma impossibilidade, porque nele agora está a semente de
Deus. Ele se tornou uma nova criatura e as coisas antigas já passaram.
O perdão dos pecados é também uma libertação do poder do pecado. A mesma cruz que me
perdoa também me liberta.
E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se
fizeram novas (2 Co 5.17).
Isso porque a morte e a ressurreição de Cristo não são apenas acontecimentos históricos, mas
acontecimentos dos quais, por meio da união da fé com Ele, nós também participamos. É por isso
que Paulo diz: “Estou crucificado com Cristo e agora eu vivo”. Em outras palavras, ele está
dizendo que seu velho homem foi crucificado com Cristo e agora ele vive a nova vida que recebeu
quando Cristo ressuscitou.
Quando nos unimos a Cristo em Sua morte nossa vida antiga acaba e ressuscitamos para uma
nova vida. E a nova vida que recebemos nós a vivemos pela fé no Filho de Deus. Não sou mais
eu quem vive, mas Cristo vive em mim. E, uma vez que Ele está vivendo em mim, Ele muda o
meu coração, minha natureza e me dá força para andar em santidade.
Isso não significa que o crente não pode mais pecar. Ainda podemos, mas não queremos. Nós
mudamos porque uma nova vida entrou dentro de nós. Cristo agora vive em nós. Um crente que
recebe revelação dessas verdades já não pode mais viver no pecado.
Em Gálatas 2.21, Paulo afirma que depender dos méritos próprios para agradar a Deus é o
mesmo que anular a graça.
Não anulo a graça de Deus; pois, se a justiça é mediante a lei, segue se que morreu Cristo em
vão (Gl 2.21).
Os dois alicerces da vida cristã são a graça de Deus e a morte de Cristo. O evangelho de Cristo é
o evangelho da graça de Deus. A fé cristã é a fé do Cristo crucificado. Dessa maneira, qualquer
um que afirma que o homem pode ser justificado pelas obras da lei, pelo seu bom
comportamento, está anulando a graça de Deus. Por que está anulando a graça? Porque, se a
salvação é pelas obras, então não pode ser pela graça, e se a salvação não é pela graça, então
Cristo não precisa ter vindo para morrer em nosso lugar. Se eu mesmo sou capaz de me salvar
pelas minhas obras, então eu não preciso de um salvador. Afirmar isso é o mesmo que dizer que
Cristo não precisava ter vindo para morrer em nosso lugar.
Tentar se justificar diante de Deus pelas boas obras é algo demoníaco, pois nega a graça de Deus
e a morte do Senhor Jesus. Se somos capazes de nos salvar a nós mesmos, então a graça de
Deus e morte de Cristo foram completamente inúteis.
O dom da justiça
Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós, para que nele fôssemos feitos justiça
de Deus (2 Co 5.21).
Muitos crentes vivem debaixo de condenação e derrota porque pensam que sua justiça depende
do seu comportamento. Assim, quando se comportam bem, pensam que são justas, mas quando
se comportam mal, presumem que perderam a justiça. Dessa maneira, a justiça deles é algo que
depende completamente das suas boas obras. Mas a verdade é que, segundo a nova aliança,
nossa justiça é Cristo. Isso não depende mais do meu comportamento, sou justo porque a justiça
de Cristo foi transferida para mim.
Mas, e quando eu caio em algum pecado? A resposta é simples. O Espírito Santo é a justiça de
Deus em você, se Ele não deixou de habitar em você, tampouco você deixou de ser justo.
Em Tiago 5.16, as Escrituras dizem que muito pode pela sua eficácia a súplica de um justo.
Quando leem isso, muitos crentes ficam pensando: “Ah, se eu pudesse encontrar um justo para
orar por mim!”. Mas que tal colocar o seu nome na frente de Tiago 5.16? Você foi feito justo
porque Cristo se tornou a sua justiça. Somente descansando nessa verdade você encontrará a
perfeita vitória.
Jesus trocou o nosso pecado pela Sua justiça
Se, pela ofensa de um e por meio de um só, reinou a morte, muito mais os que recebem a
abundância da graça e o dom da justiça reinarão em vida por meio de um só, a saber, Jesus
Cristo (Rm 5.17).
A justiça de Deus em nós é uma dádiva, um presente. A palavra dom significa exatamente isso,
uma dádiva. Não é um estágio do crescimento espiritual, mas uma posição que nos foi dada pela
graça. Não é fruto, é presente. Não há nada que você possa fazer para se tornar justo aos olhos
de Deus. Quando nascemos de novo, Deus mesmo lança sobre nós o manto da justiça, como um
presente, um dom destinado aos membros da Sua família.
Como isso pode acontecer? Jesus era a justiça de Deus, mas o homem é a expressão exata do
pecado, corrupção e rebeldia. Como esse homem poderia chegar a Deus? Deus fez em Cristo o
que a mente humana pode achar absurdo: Ele tomou sobre si o pecado e a maldição do pecador
a fim de transformá-lo num homem santo e justo.
Na cruz, o Senhor Jesus tornou-se o que eu era, assumindo minha culpa e se tornando pecado
em meu lugar. E por que Ele fez isso? Para que, pela fé n’Ele, eu fosse feito justiça de Deus. Hoje,
quando cremos em Cristo, acontece a grande troca. Nós recebemos a justiça de Cristo porque Ele
já levou os nossos pecados. Hoje, podemos chegar em Sua presença sem qualquer condenação
ou sentimento de culpa, como se nunca tivéssemos pecado.
Agora, todas as vezes que Deus olha para nós, Ele vê Jesus. Assim como Ele olhou para a cruz e
viu nela o pecador, Ele agora olha para o pecador redimido e vê nele Seu Filho. Éramos nós, com
nosso pecado e maldição, que estávamos em Seu Filho na Cruz. Ali, porém, o pecado foi julgado
e a justiça de Deus satisfeita, para que essa mesma justiça fosse transferida para todo aquele que
crê.
Consciência de justiça
O grande problema é que muitos crentes, apesar de terem sido justificados, desenvolvem mais
uma consciência de pecado do que de justiça. Temos de entender que, se a justiça de Deus está
em nós, Deus não vê em nós o velho pecador em Adão, mas vê o novo homem em Cristo, ele vê
a justiça de Cristo, pois é ela que agora nos cobre.
Pare de ficar pensando o tempo todo no quanto você é pecador e comece a meditar no imenso
dom da justiça que lhe foi dado. Pare de ficar se vasculhando à procura de pecado e comece e
perceber a presença do Espírito Santo em você. Medite no favor imerecido, e não nos seus
méritos. Você foi feito justo em Cristo.
Essa justiça não é nossa, mas ela nos foi dada e, por causa dela, podemos entrar na presença de
Deus. Devemos nos aproximar de Deus sabendo que somos aceitos não na base dos nosso bom
comportamento, mas nos méritos de Jesus, que nos fez justiça de Deus. O sangue de Jesus foi
derramado, por isso o preço da redenção foi pago, o pecado foi julgado e a justiça de Deus
satisfeita.
Como lidar com as quedas
Nós recebemos a justiça é pela graça somente. A justiça de Deus nos foi dada como expressão do
Seu amor e graça.
Porque todos pecaram e carecem da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente, por sua
graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus (Rm 3.23,24).
Somente quando o crente começa a se ver como sendo justo na presença de Deus, é que poderá
experimentar vitória e levantar-se acima das acusações do inimigo sem nenhuma condenação ou
culpa. Não há condenação para os que estão em Cristo Jesus (Rm 8.1).
Quando eu cri em Cristo, Ele me deu a Sua justiça, meu passado foi sepultado e o meu pecado foi
perdoado. Mas o que fazer das acusações e pecados cometidos hoje? É possível que o acusador,
Satanás, fale ao seu ouvido coisas como estas: “Quando você se converteu, você foi perdoado. É
verdade. Mas você se lembra de que, nesta manhã, perdeu o controle? Você se lembra de que
ontem disse um palavrão?”. A maneira de lidar com o pecado não é dar ouvido às acusações de
Satanás. Nunca duvide do amor de Deus e jamais fuja da Sua presença. Haja o que houver, corra
para os braços do Pai. Há provisão em Cristo para que nos levantemos imediatamente de
qualquer queda.
Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos
purificar de toda injustiça (1 Jo 1.9).
Nós recebemos o dom da justiça para viver em santidade, mas se acontecer de cairmos, temos
uma provisão: basta confessar o nosso pecado. A confissão não é para ficarmos o tempo todo
pensando no quanto somos pecadores. A confissão é para sabermos que estamos em paz com
Deus. Toda dívida já foi paga. Não há mais condenação alguma para nós. Confessar significa
concordar com Deus. Concordar quanto ao fato de que a transgressão é transgressão e concordar
com a solução de Deus para o problema. O perdão dos pecados é uma provisão para o crente em
caso de queda, mas não é autorização para pecar. Todavia, em caso de queda, não se sinta
destruído debaixo das acusações de Satanás. Você sempre pode correr para os braços do Pai.
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