domingo, 12 de outubro de 2014

Décimo Quarto Dia Filhos de Abraão - Jejum De Daniel

A aliança de Deus com Abraão não foi revogada pela lei de Moisés. Na verdade, a aliança da lei
passou, mas nós ainda continuamos debaixo da aliança de Abraão. Todos nós os que cremos
somos filhos de Abraão e participamos das promessas feitas a ele. A nova Aliança é uma
continuação da aliança de Deus com Abraão.
A bênção de Abraão
Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se ele próprio maldição em nosso lugar, para que
a bênção de Abraão chegasse aos gentios, em Jesus Cristo, a fim de que recebêssemos, pela fé,
o Espírito prometido (Gl 3.13,14).
A Palavra do Senhor é muito específica quando diz que fomos resgatados da maldição da lei e
que agora recebemos a bênção de Abraão. Mas qual é a bênção de Abraão? Se queremos viver
debaixo dessa bênção, precisamos conhecê-la.
Em Gálatas 3.29, lemos que “se somos de Cristo, também sois descendentes de Abraão e
herdeiros segundo a promessa”. Se você creu no Senhor, você se tornou filho e, se somos filhos,
somos também herdeiros. Ser herdeiro é algo muito bom. Uma herança nos fala de recebermos
algo pelo qual não trabalhamos e nem sequer merecemos. Recebemos a herança simplesmente
porque estamos ligados a alguém e fazemos parte de seu testamento. Você não precisa trabalhar
pela sua herança. Você é amado e é herdeiro segundo a promessa. Qual é a promessa feita a
Abraão? Creio que a resposta está em Romanos 4.13, que diz:
Não foi por intermédio da lei que a Abraão ou a sua descendência coube a promessa de ser
herdeiro do mundo, e sim mediante a justiça da fé (Rm 4.13).
Pela fé, Abraão recebeu a promessa de ser herdeiro do mundo. Você consegue perceber como
essa promessa é extraordinária? E o mais sensacional é que nós somos filhos de Abraão pela fé,
e por isso nós também somos herdeiros deste mundo. Isso significa que todos os bens, riquezas e
vantagens deste mundo são nossos por direito. Não precisamos ficar encabulados com isso, essa
é a verdade, somos herdeiros de uma grande riqueza.
A Palavra de Deus diz que Abraão se tornou muito rico, ele certamente experimentou em sua vida
o que significa ser herdeiro do mundo (Gn 13.2). Ser herdeiro do mundo não significa que cada
um de nós se tornará um magnata multimilionário, mas que cada crente está debaixo da bênção
da prosperidade de Abraão.
Deus deu uma ordem a Abraão. Ele disse: “Sê tu uma bênção! (Gn 12.2). Certamente, Abraão era
rico e isso lhe dava muita ocasião para ser bênção na vida dos outros. Não dá para sermos uma
bênção se nós mesmos não formos abençoados.
A bênção de Abraão inclui a prosperidade e o sucesso na vida. Esse sucesso na vida de uma
crente é um sucesso integral, que permeia todas as áreas da vida. Como podemos ser herdeiros
do mundo se vivemos quebrados e endividados? Certamente, a bênção de ser um herdeiro do
mundo inclui prosperidade e suprimento abundante.
O segundo aspecto da bênção de Abraão que quero mencionar é ter uma vida saudável e forte. O
Senhor renovou a juventude de Abraão e Sara de uma forma tão extraordinária que Abraão, aos
100 anos, foi pai de Isaque.
A renovação de Sara é algo prodigioso. A Bíblia diz que Faraó desejou incluir Sara no seu harém
e, nessa época, ela tinha cerca 65 anos de idade. Você não deve pensar que 65 anos naquela
época era diferente de 65 anos hoje. Apesar da idade, ela era extremamente bela. Depois,
quando estava com quase 90 anos, Abimeleque, rei de Gerar, também a quis como sua mulher. A
juventude de Sara foi completamente renovada. O mais sensacional é que o Senhor chama de
filhas de Sara a todas as irmãs que creram em Cristo (1 Pe 3.6). Cada irmã pode ter a juventude
renovada como ela teve.
Bendize, ó minha alma, ao SENHOR, e tudo o que há em mim bendiga ao seu santo nome.
Bendize, ó minha alma, ao SENHOR, e não te esqueças de nem um só de seus benefícios. Ele é
quem perdoa todas as tuas iniqüidades; quem sara todas as tuas enfermidades; quem da cova
redime a tua vida e te coroa de graça e misericórdia; quem farta de bens a tua velhice, de sorte
que a tua mocidade se renova como a da águia (Sl 103.1-5).
Nós podemos ter uma renovação de nosso corpo físico e experimentar saúde em toda a nossa
vida. Não podemos dizer que herdamos a bênção de Abraão se acreditamos que precisamos viver
debaixo de todo tipo de enfermidade.
Você pode se perguntar, então, porque não há mais crentes experimentando a bênção de Abraão
em sua vida. A resposta para essa pergunta está em Romanos 4.13:
Não foi por intermédio da lei que a Abraão ou a sua descendência coube a promessa de ser
herdeiro do mundo, e sim mediante a justiça da fé. Pois, se os da lei é que são os herdeiros,
anula-se a fé e cancela-se a promessa, porque a lei suscita a ira; mas onde não há lei, também
não há transgressão. Essa é a razão por que provém da fé, para que seja segundo a graça, a fim
de que seja firme a promessa para toda a descendência (Rm 4.13-16).
Observe a afirmação de Paulo: “Não foi pela lei que Abraão recebeu a promessa de herdar o
mundo, mas pela fé. Isso significa que somente aqueles que vivem na esfera da graça é que
podem desfrutar da bênção. A bênção de Abraão é cancelada e tornada sem efeito cada vez que
tentamos conquistá-la por meio de nosso esforço próprio. Sempre que tentamos merecê-la, nós a
perdemos. O segredo, portando, é viver pela fé na graça, o favor imerecido de Deus.
A lei não anula a promessa
O princípio bíblico é que a aliança de Deus com Abraão foi estabelecida unicamente pela fé. A
única exigência era a fé na promessa de Deus. E uma vez que a promessa tinha sido ratificada
com uma aliança, ela não poderia jamais ser cancelada.
A lei veio somente quatrocentos e trinta anos depois de Abraão, mas ela não podia anular ou
revogar a aliança que Deus tinha feito com Abraão. O raciocínio é simples: se Deus tinha resolvido
lidar com Abraão somente por meio da fé na promessa, então por que Ele iria mudar,
determinando que o homem deveria obedecer à lei a fim de agradar-Lhe?
Já que Deus não muda, como poderia Ele pregar o evangelho a Abraão e, quatrocentos e trinta
anos mais tarde, ordenar ao povo que cumprisse a lei a fim de satisfazê-lO? A lei não foi dada
como um meio de receber a bênção, mas com o propósito de expor o pecado do homem.
Até o dia em que Deus concedeu a lei, Ele lidou com Abraão e seus descendentes unicamente
pela fé mediante a graça. Isso pode ser facilmente provado observando a maneira como Deus
lidou com o Seu povo desde o dia em que saíram do Egito até a concessão da lei no Monte Sinai.
Deus não libertou o Seu povo da escravidão no Egito porque eles tinham obedecido aos dez
mandamentos, Ele os libertou por causa do sangue do cordeiro aspergido na porta das casas. A
jornada dos filhos de Israel do Egito até o Sinai é uma figura da pura graça de Deus. Embora eles
murmurassem contra Deus, ninguém foi morto naquele período.
Embora o povo tivesse visto todos os sinais e prodígios de Deus no Egito, eles falharam em
honrar o Senhor e continuamente reclamavam. Quando eles chegaram diante do Mar Vermelho, o
que disseram a Moisés? “Será, por não haver sepulcros no Egito, que nos tiraste de lá, para que
morramos neste deserto?” (Êx 14.11). Eles murmuraram contra Deus, e todos nós sabemos que
isso é pecado, mas mesmo assim Deus respondeu abrindo o Mar Vermelho diante deles.
Logo depois de atravessarem o Mar Vermelho, eles chegaram a Mara e, mais uma vez
murmuraram contra Deus, mas a resposta do Senhor foi transformar as águas amargas em doces
(Êx 15.23-25). Depois de Mara, eles chegaram a um lugar chamado deserto de Sim, onde ficaram
irados de fome, mas o Senhor fez cair pão do céu para eles.
Veja o que disseram os filhos de Israel naquele dia: “Quem nos dera tivéssemos morrido pela mão
do SENHOR, na terra do Egito, quando estávamos sentados junto às panelas de carne e
comíamos pão a fartar! Pois nos trouxestes a este deserto, para matardes de fome toda esta
multidão”. Mas, diante de um comportamento tão ruim, o que o Senhor disse a Moisés? “Eis que
vos farei chover do céu pão” (Êx 16.1-4). Nada de repreensão ou juízo, apenas graça. Eles
mereciam morrer de fome, mas Deus fez cair pão do céu. Isso é um retrato da graça presente na
aliança de Deus com Abraão.
Depois disso, mais uma vez, eles reclamaram que não tinham água, dizendo: “Por que nos fizeste
subir do Egito, para nos matares de sede, a nós, a nossos filhos e aos nossos rebanhos? (Êx
17.3). Mas o Senhor, em vez de puni-los, graciosamente fez água brotar da rocha.
É incrível, mas, antes de chegar ao Sinai, cada vez que o povo de Israel se levantava para
murmurar e reclamar, Deus respondia com demonstrações de poder e graça. Por que isso
aconteceu? Porque, nesse tempo, Deus tratava com o Seu povo baseado na aliança feita com
Abraão. As bênçãos e provisões de Deus não dependiam da bondade ou do merecimento deles. A
aliança com Abraão é a aliança da graça, na qual a única exigência de Deus era a fé.
O povo, então, chegou ao Monte Sinai. No capítulo 19, o ambiente é aconchegante. O Senhor
lhes diz: “Se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança, então, sereis a
minha propriedade peculiar dentre todos os povos; porque toda a terra é minha; vós me sereis
reino de sacerdotes e nação santa” (Êx 19.5,6). A aliança que eles deveriam guardar nesse ponto
era somente a aliança feita com Abraão. Deus queria que todas as famílias da terra fossem
abençoadas por meio de uma nação de sacerdotes. É impressionante, mas essas são exatamente
as palavras que Pedro usa para descrever a igreja em 1 Pedro 2.9. Nós vivemos hoje a
continuação da aliança de Deus com Abraão, por isso somos uma nação de sacerdotes.
Todavia, quando o povo ouviu o que Deus havia dito, eles responderam: “Tudo o que o Senhor
falou faremos” (Êx 19.8). Depois dessa resposta do povo, o ambiente mudou completamente. O
clima aconchegante foi substituído por uma atmosfera aterradora.
O que eles estavam dizendo, na verdade, era o seguinte: “Tudo o que o Senhor falou nós somos
capazes de obedecer”. Em outras palavras, eles estavam dizendo: “Não nos avalie com base em
Sua bondade, mas nos avalie e julgue com base em nossa obediência”. Nesse momento, eles
trocaram de aliança, saíram debaixo da aliança abraâmica e entraram debaixo da aliança da lei.
Até aquele momento, o Senhor esteve no meio deles, lutou por eles e os abençoou com grandes
sinais e prodígios. Embora eles murmurassem o tempo todo, Deus abriu o mar diante deles, fez
cair pão do céu e fez a água brotar da rocha. Mas, no momento em que disseram aquelas
palavras, o ambiente mudou completamente. Deus teve de mudar o Seu tom.
Por que Deus mudou Sua atitude? Porque o homem, cheio de justiça própria, resolveu firmar uma
aliança baseada em sua própria força. Deus, então, lhes deu os Dez Mandamentos para que eles
pudessem perceber o seu próprio desempenho.
A partir desse ponto, a relação do povo com Deus mudou completamente. Eles agora somente
seriam abençoados se guardassem todos os mandamentos e seriam amaldiçoados se
desobedecessem. A partir desse ponto, todas as vezes que eles murmuravam, a praga vinha
sobre eles e muitos morriam. A praga e a morte são parte da maldição da lei. Lembre-se disso,
antes do Sinai, eles pecaram, mas ninguém morreu; depois do Sinai, havia morte como punição
todas as vezes que pecavam.
É impressionante que, antes do Sinai, os fracassos do povo eram apenas uma ocasião para a
manifestação do poder de Deus, mas, depois do Sinai, a lei exigia a punição do pecador. A
bênção do povo não dependia mais da bondade de Deus, mas da sua capacidade de obedecer e
merecê-la.
Infelizmente, ainda hoje os crentes estão respondendo a Deus do mesmo modo que os filhos de
Israel fizeram, estão dizendo: “Tudo o que o Senhor falou faremos”. Paulo está dizendo para os
gálatas que eles deveriam continuar debaixo da aliança de Deus com Abraão. Nessa posição,
desfrutamos da promessa pela fé.
A jornada dos filhos de Israel até o Sinai foi um retrato da graça de Deus. Não dependia das obras
deles, mas tudo dependia da bondade de Deus. Não eram abençoados porque eram fiéis, mas
por causa da fidelidade de Deus. Lembre-se de que você está debaixo da nova aliança, e não
mais debaixo da aliança da lei.
A antiga aliança da lei leva você a olhar para si mesmo, enquanto a aliança da graça leva você a
olhar para o Cristo crucificado. O primeiro milagre de Moisés foi transformar a água em sangue,
mas o primeiro milagre de Jesus foi transformar a água em vinho. A velha aliança traz a morte
simbolizada pelo sangue, mas a nova aliança traz a vida representada pelo vinho. Beba o vinho
da alegria da graça do Senhor, e não a sua taça de ira e indignação da lei.
No livro Hebreus, o autor nos exorta dizendo que chegamos no Monte Sião, e não no Monte Sinai.
O Sinai é aterrorizante, mas a graça de Deus leva ao cumprimento do Seu propósito eterno.
Ora, não tendes chegado ao fogo palpável e ardente, e à escuridão, e às trevas, e à tempestade,
e ao clangor da trombeta, e ao som de palavras tais, que quantos o ouviram suplicaram que não
se lhes falasse mais, pois já não suportavam o que lhes era ordenado: Até um animal, se tocar o
monte, será apedrejado. Na verdade, de tal modo era horrível o espetáculo, que Moisés disse:
Sinto-me aterrado e trêmulo! Mas tendes chegado ao monte Sião e à cidade do Deus vivo, a
Jerusalém celestial, e a incontáveis hostes de anjos, e à universal assembléia e igreja dos
primogênitos arrolados nos céus, e a Deus, o Juiz de todos, e aos espíritos dos justos
aperfeiçoados, e a Jesus, o Mediador da nova aliança [...] (Hb 12.18-24).
A aliança de Abraão não passou
Deus prometeu uma herança a Abraão e à sua posteridade. Essa promessa não era somente a
terra de Canaã, pois Deus disse que, através dos descendentes de Abraão, todas as famílias da
terra seriam abençoadas. O alvo de Deus não era simplesmente dar uma terra aos judeus, mas
dar a salvação a todo o que crê em Cristo.
Se observarmos o texto de Gênesis, veremos que a promessa de Deus foi feita a Abraão e ao seu
descendente. Não diz: E aos descendentes, como se falando de muitos, porém como de um só: E
ao teu descendente, que é Cristo (Gl 3.16). A palavra usada por Deus não foi o plural “filhos” ou
“descendentes”, mas o singular “semente” ou “descendente”. Evidentemente, isso se referia a
Cristo e a todos aqueles que estão n’Ele pela fé (v. 16).
A promessa de Deus foi bem simples quando disse: “Eu lhe darei uma semente”. Sua promessa
era uma aliança, através da qual Ele se comprometia a dar de graça a herança a uma geração
futura. A promessa era livre e incondicional, totalmente baseada na graça de Deus.
Aquilo que Deus prometeu a Abraão não pode ser alterado, porque é uma aliança incondicional.
Por isso, ela continua em vigor ainda hoje. Deus não pode quebrar Suas promessas. Assim, todas
as famílias da terra certamente serão abençoadas. Deus fez uma aliança com Abraão e prometeu
cumpri-la. A lei, que foi dada quatrocentos e trinta anos depois, não pode quebrar aquela aliança,
nem anular a promessa de Deus.
Os religiosos legalistas pensam equivocadamente que a herança da promessa somente seria
dada àqueles que guardassem a lei. Contudo, aquilo que é recebido pela lei vem por mérito, e não
por promessa. No entanto, foi pela fé na promessa que Deus concedeu a Abraão, e essa é a
mesma base na qual podemos desfrutar da promessa hoje também. A verdade é que todo
pecador que confia em Cristo para salvação recebe, completamente independente de suas boas
obras ou méritos, a vida eterna. Pela fé e unicamente pelo favor imerecido, o pecador pode agora
herdar a promessa que Deus fez a Abraão.
--
Pr. Aluizio A. Silva

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