quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Terceiro Dia Cristo, o mistério de Deus - Jejum de Daniel

Jesus é tão grande e tão amplo que seria impossível fazer um quadro d’Ele, mesmo escrevendo muitos livros que mostrasse tudo o que Ele é, que relatasse tudo o que Ele fez e ainda faz, operando entre nós. Hoje, quero falar de Suas múltiplas faces, apenas compartilhar sobre pontos que me chamam a atenção em Sua maravilhosa personalidade.
 
O texto bíblico O mostra de inúmeras formas. Ele é ao mesmo tempo o pão da vida e a água da vida. Já era a ressurreição mesmo antes de ter vencido a morte. Ele é o Alfa e o Ômega, é o princípio e o fim. Ele é o amém, é o cabeça e o cavaleiro do Apocalipse. Ao mesmo tempo, Ele é o Cordeiro de Deus que, desde Gênesis, já morria pelo pecado do homem. Ele é a arca lá no Tabernáculo no meio do deserto. Ele é a exata expressão de Deus. N’Ele, tudo subsiste. Ele sustenta todas as coisas pela palavra do Seu poder. Mas ainda assim é homem, e tem, na mente de Deus, a exata expressão do homem. Como podemos falar de alguém assim? É maravilhoso demais!
Somos preocupados com tantas coisas, mas uma só realmente importa, conhecer o Senhor Jesus. Somos envolvidos com tanto trabalho, tanta obra. Somos preocupados com tantos projetos e organizações, mas o Espírito do Senhor diz expressamente que apenas uma coisa importa: que conheçamos o Senhor.

E a vida eterna é esta: que conheçam a ti só por único Deus verdadeiro e a Jesus Cristo, a quem enviaste (Jo 17.3).

Jesus Cristo é o Filho de Deus, o unigênito que estava no seio do Pai e que nos foi enviado para revelar o coração de Deus. Somos tão preocupados em discutir teologia, defender doutrinas e pontos de vista. Mas a experiência espiritual é como uma lupa. Você pega a lupa e foca em um objeto. O que está no meio do foco você enxerga bem, mas, à medida que vai olhando, as bordas ficam desfocadas e distorcidas. Assim também acontece com as coisas espirituais. Quando nós focamos Jesus no centro, as coisas são claras, mas, quando começamos a fugir para os lados e começamos a discutir doutrinas, teologia e pontos de vista, as coisas ficam confusas e distorcidas. Jesus é tão simples e ao mesmo tempo tão complexo! Nas Escrituras, há pelo menos cento e cinquenta expressões que traduzem o que Ele é. Por isso, é tão difícil falar d’Ele, pois Ele é maravilhoso. Aliás, este é um dos nomes de Jesus: Maravilhoso!
Como podemos manifestar Jesus? Como podemos expressá-lO ou mesmo representá-lO? Às vezes, penso no Jesus dos cartões, dos vitrais das catedrais, das estátuas erigidas, naquelas pinturas tão distantes de um Jesus, por vezes, quase efeminado, aquela figura plácida e mórbida meio domesticada que as pessoas contemplam. Não se parecem com o Jesus da Palavra de Deus.
Todos sempre falam coisas boas de Jesus. Muitos afirmam que Ele foi um exemplo de vida, mas nada pode estar mais fora da realidade do que isso. Jesus não foi um exemplo de vida. Ele é a própria vida. É a verdade. Ele veio para deixar as pegadas, mas Ele veio para ser muito mais do que um bom exemplo. Ele é a própria vida que desceu do céu e se fez gente.
Gostaria de apresentar um vislumbre de Jesus, fazendo um quadro tosco e desfocado de Sua sublime majestade, mostrando algumas facetas daquilo que Ele é.

1. O amigo dos pecadores
Ele resolveu elogiar um publicano pecador comparando-o a um fariseu temente a Deus “bonitinho” e bem-vestido com sua túnica maravilhosa. Jesus disse que o publicano pecador desceu do monte justificado, mas o fariseu foi rejeitado por Deus.
Quando Jesus veio ao mundo, os demônios O reconheceram, os enfermos afluíram, os pecadores vieram e alguns encharcavam os Seus pés com suas lágrimas. Outros simplesmente O banharam com perfume, pois os pecadores eram simplesmente atraídos para estar perto de Jesus.
Não era fácil estar perto de Jesus, pois Sua presença confrontava, Sua Palavra era como espada penetrante, Seu olhar era profundo e desnudava tudo, mostrando tudo o que havia no íntimo. Ninguém poderia ocultar coisa alguma diante do olhar d’Aquele homem, que não era meramente homem, mas Deus habitando no meio dos homens na forma de um homem. Sendo assim, talvez fosse de se esperar que Ele se unisse à classe religiosa, mas a quem Ele foi procurar? Ele foi atrás dos doentes, dizendo que os sãos não precisam de médicos, mas sim os doentes: “Eu não vim chamar os justos, e sim pecadores ao arrependimento” (Lc 5.32).
A primeira pessoa a quem Jesus se revelou como Messias não foi para um doutor da lei, não foi para um escriba ou fariseu, mas para uma mulher imoral, que já tinha tido cinco maridos e aquele com o qual ela vivia também não era o seu. Foi para ela que Ele disse com todas as letras: “Eu o sou, eu que falo contigo. Eu sou o Messias. Eu sou o Prometido” (Jo 4.26).
Por que Jesus se revelou a ela, e não aos estudiosos da lei? Porque Ele era amigo dos pecadores. Hoje, a igreja não é amiga de pecadores. Temos medo de ser contados entre eles. Temos medo de ser confundidos com eles. Na verdade, temos medo deles. Todavia, é melhor que sejamos rejeitados pelos religiosos. Se alguém tiver que nos elogiar, que seja porque somos amigos de pecadores e sejam eles que digam: “Esse pessoal é amigo da gente!”. Jesus foi assim. 
O grande problema é que nos esquecemos de como é se sentir errado, acusado e condenado. Mas, quando Jesus apareceu, não condenou ninguém, nenhuma vez. Às vezes, nos parece tão estranho Ele não ter condenado a prostituta e o pecador. Ele não condenou nenhum deles, mas sempre reservou palavras duras para os religiosos, para aqueles que conheciam a Palavra, para aqueles que, teoricamente, eram os guardiães dos oráculos de Deus, do conhecimento de Deus. E Jesus se referiu a eles como “raça de víboras”, “sepulcros caiados” (Mt 23.27).
Mas os pecadores, Jesus aceitava que lavassem os Seus pés. Com os pecadores, Ele se assentava para comer. Ele foi a uma festa na casa de Mateus, o publicano, onde só havia publicanos e pecadores. Ele se assentou à mesa e comeu com eles. Todavia, há uma diferença: Jesus nunca pecou. Para nós, isso é um grande mistério. Como podemos ser amigos de pecadores sem concordar com o pecado? Como podemos ser amigos de pecadores sem fazer o que eles fazem? Como podemos ser amigos de pecadores e não apontar o dedo, sem fazê-los sentir-se culpados entre nós?
Esse é o grande desafio da igreja no decorrer dos séculos. Na história da igreja, ela sempre se arvorou a ser a consciência moral da sociedade. Ela mesma era a que julgava e que também condenava. Na Idade Média, a igreja fez isso. Na Inglaterra, a Igreja Anglicana fez isso. Na Rússia, a Igreja Ortodoxa fez isso. No Oriente, a Igreja Grega fez isso. E hoje muitas igrejas ditas evangélicas fazem a mesma coisa.
Quantos pastores veem nos aidéticos apenas um sinal do juízo de Deus?! Quantos pastores apontam para cada enfermidade que aparece como o juízo da mão de Deus?! Mas Jesus disse: “Eu não vim para condenar, não vim para julgar! Eu vim para defender, para ser o Advogado”.
Nós também deveríamos ser advogados dos pecadores diante de Deus. Deveríamos levar suas causas diante d’Ele. Esse é o sentido de Deus ter-se feito homem, ter habitado no meio de nós e ser chamado de amigo de pecadores. O próprio Jesus disse que já não mais nos chama de servos, e sim de amigos. Se somos amigos d’Ele, Ele com certeza revelará a nós o Seu próprio coração e manifestará a nós a Sua graça.

2. O Homem-Deus
Ninguém jamais viu a Deus, o Deus unigênito que está no seio do Pai e que o revelou (Jo 1.18).

E quem é este Deus unigênito? Jesus. Jesus é Deus. Houve um dia em que Deus se fez homem. Cristo Jesus era inteiramente homem e era inteiramente Deus. Procure se colocar no lugar daqueles homens nos dias de Jesus. Como você poderia identificar Deus n’Ele? Ele era apenas um galileu como qualquer outro: tinha endereço, tinha pai e mãe, e tinha um local de nascimento, e, se fosse hoje, teria até certidão de nascimento.
Como alguém poderia dizer que esse homem era Deus? Mas Ele era. E o evangelho nos mostra isso de várias formas. Pedro adorou a Jesus. Muitos outros também O adoraram. E Jesus nunca rejeitou a adoração. Os judeus eram tremendamente radicais com relação a isso: “Só ao Senhor teu Deus adorarás!”. O judeu do tempo de Jesus era radical com relação à idolatria e jamais adoraria um homem. Mas Pedro, um judeu, adorou a Jesus. E Jesus aceitou a adoração porque Ele era Deus.
Para um homem aleijado e para uma mulher adúltera, o Senhor Jesus disse: “Estão perdoados os vossos pecados”. Quem poderia perdoar pecados senão Deus? A Palavra de Deus diz que Jesus, ao ver Jerusalém, disse: “Quantas vezes quis eu acolhê-los como a galinha acolhe os seus pintinhos debaixo das suas asas [...]” (Mt 23.37). E Ele diz mais: “Eu vos enviei profetas!”. Como assim, Jesus lhes enviou profetas? Dá para imaginar o que os fariseus imaginaram ao ouvi-lO dizendo essas coisas: “Você está aqui, Jesus, em nossa frente, e não enviou ninguém ainda”.
Ali, Jesus não estava falando como homem, mas como Deus. Como Deus, Ele havia enviado profetas. Mas o povo de Jerusalém não quis ouvi-lO. Certa vez, quando desafiado, o Senhor falou: “Eu e o Pai somos um” (Jo 10.30). E o evangelho afirma que os judeus pegaram pedras para apedrejá-lO. Os judeus entenderam plenamente as verdadeiras implicações daquela expressão: Jesus se fez igual a Deus. Você consegue imaginar o que era para aqueles homens, naqueles dias, ouvir um galileu, com sotaque interiorano, com um nome comum, dizer: “Eu e o Pai somos um”? Que escândalo para eles as reivindicações de Jesus!
É isso o que diferencia o cristianismo de outras religiões. Um muçulmano não pode conceber a ideia de Maomé dizer: “Eu e Alá somos um”. Também um judeu não concebe a imagem de Moisés dizendo: “Eu e Jeová somos um”. Nenhuma religião concebe tal possibilidade, só o cristianismo. Jesus não veio para ser um bom exemplo. Embora você ouça essa afirmação nas rádios, na TV, nos filmes, Jesus não veio para ser um bom exemplo, mas para ser Deus no meio dos homens.
Qualquer outro conceito é natural, limitado e muito pequeno. Depois de se tornar homem, Jesus jamais deixou de sê-lo. Ele continua sendo homem e será homem eternamente. Ele ressuscitou e a morte não tem mais poder sobre Ele. Há um homem sentado à destra de Deus. Até a vinda de Jesus, Deus era só Deus. Mas, hoje, Ele é Deus e também é homem. A humanidade foi inserida dentro da Divindade. Jesus é Deus que se encarnou.
O espiritismo, o budismo, o hinduísmo e várias outras religiões creem nas reencarnações, mas nenhuma delas concebe a encarnação. Para eles, a reencarnação é concebível, mas a encarnação é loucura. É impossível para eles que Deus se faça gente.
Cristo Jesus é Deus. Todavia, Hebreus 5.8 diz que, “embora sendo Filho, aprendeu [...]”. Mas Jesus não é Deus? E Deus pode aprender alguma coisa? Há alguma coisa que Ele não saiba? Há algo que Ele não entenda? Há algo que Ele não perscrute ou não conheça? Houve um tempo em que Deus era apenas Deus e não havia n’Ele humanidade alguma. Mas, há dois mil anos, aconteceu um fato misterioso: Deus se fez gente. Deus se fez homem em Cristo Jesus.
Mas o que Ele aprendeu? Ele aprendeu o que é ser humano. Deus, até então, não sabia o que era ser humano. Aprendeu acerca da pobreza, das discussões de família; aprendeu a respeito das crises, humilhações, rejeições, traições. Essas coisas não faziam parte da Sua experiência como Deus. Mas, em Cristo, Deus aprendeu o que é ser humano. Aprendeu o que é ter calos nas mãos, cuspe do agressor no Seu rosto. Ele aprendeu o que era sentir o martírio, o que era ser tentado.
Por isso mesmo, Ele está habilitado para ser o nosso Advogado, pois Ele sabe o que passamos. Ele pode manifestar graça a nós, pois sabe o que é ser tentado, sabe das crises e das angústias, porque um dia se fez homem. Por isso, lá na cruz, Ele pôde dizer com tanta convicção: “Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem! Estou aqui vendo da ótica deles, convivendo com eles. Estou sendo um homem como eles são, e eles são cegos, não sabem o que fazem!”.
Era preciso que Ele se fizesse homem para vencer a morte. Ele tinha que entrar dentro da morte para vencer o pecado. Ele tinha que se fazer pecado por nós. Para poder nos dar Sua glória, Ele tinha que provar da nossa humilhação. Para que pudéssemos compartilhar da Sua divindade, Ele teve que compartilhar da nossa humanidade.
Deus, hoje, possui um elemento humano em si, para que nós homens possamos ter o elemento divino dentro de nós. Nós possuímos algo de Deus dentro de nós, que é a própria natureza divina. Isso é o evangelho, as boas-novas. Jesus venceu o pecado, a morte e ressuscitou. Mas não parou por aí. Jesus fez profundas afirmações sobre si. Sendo Deus, Ele nunca contemporizou com ninguém. Ele nunca cedeu espaço para ninguém. Jesus não fazia concessões diplomáticas. Ele dizia: “Eu sou antes de Abraão. Eu Sou.”
Em nossos dias de diplomacia excessiva, Jesus seria politicamente incorreto, uma vez que Ele disse: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida, não há outro”. E ainda hoje todo homem deve se posicionar em relação a essa afirmação. Não há nada mais hipócrita do que afirmar que Jesus era um bom homem e não crer nas afirmações que Ele fez a respeito de si mesmo.
Se você não reconhece Jesus como Deus, Ele não pode ser um bom exemplo para ninguém. Ou Ele é Deus ou era um megalomaníaco, um louco, na melhor das hipóteses. Jesus disse que Ele era o Unigênito do Pai, que Ele e o Pai eram um. Ele disse, em outras palavras: “Eu sou um com Deus, Eu sou Deus!”.
Jesus não disse que veio ensinar um caminho, uma doutrina. Ele disse: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida”, e não: “Eu vou dar uma vida a você”. Se Ele disse a verdade, então Ele é Deus. Mas se você não crê no que Ele diz, você O considera um mentiroso. Logo, não diga que Ele é um bom exemplo. Você deve ter um veredito sobre Ele. Que tipo de homem Ele era? Era um louco, um grande mentiroso ou realmente era Deus.
Todas as promessas de Jesus dependem de aceitarmos Sua divindade. Se Ele não é Deus, não posso aceitar o perdão que Ele oferece; não posso receber a autoridade que Ele me confere; não posso ter esperança de que Ele nos preparará um lugar.
A encarnação é o grande mistério. De uma maneira incompreensível e misteriosa, o próprio Deus se fez gente e provou a cruz por nós.

3. Exata expressão de Deus
Uma pergunta que eventualmente me fazem é: “Por que você é cristão?”. Eu sou cristão porque Jesus é fascinante. Não é só porque Ele me ama ou faz milagres. É porque, lendo os Evangelhos, percebo o quanto Ele é fascinante. Jesus é inteiramente atraente e fascinante e não houve ninguém na Terra como Ele. Ele é a exata expressão de Deus. Você quer saber como Deus é? Olhe na Palavra, veja como é Jesus. Ele veio para nos revelar o Pai.
Para nós, hoje, é difícil imaginar o impacto que Jesus significou para os judeus daqueles dias. Para eles, Deus era apenas o Onipotente, o que transcende, e qualquer contato com Ele os colocava em perigo.
As instruções de Levítico nos levam a pensar em material radioativo: levar apenas animais imaculados, não tocar na arca, sempre deixar a fumaça subindo, nunca entrar ou olhar dentro do Santo dos santos para não morrer. E segue, o sacerdote somente poderia entrar ali uma vez por ano e amarrado com uma corda para o caso de fazer alguma coisa errada e morrer, assim outros poderiam puxá-lo para fora. O culto a Deus era um assunto perigoso.
Os discípulos cresceram em um ambiente assim. Nunca pronunciavam o nome de Deus, agiam de acordo com um intrincado sistema de purificações, o culto sempre incluía um sacrifício, alguém tinha de morrer. A cada ano, durante a páscoa judaica, duzentas e cinquenta mil ovelhas eram sacrificadas em Jerusalém. Mas, de repente, aparece Jesus dizendo que Deus é Pai. Dizendo que o Pai cuidava até dos lírios dos campos, dos pardais e que Ele contava até os fios de cabelo da nossa cabeça.
Quando foi ensinar os discípulos a orar, Jesus começa dizendo: “Pai nosso [...]”, trazendo perplexidade aos judeus e apresentando a imagem de um Deus sensível, próximo e que se importa. Ninguém, até então, havia se atrevido a chamar Deus de Pai, e muito menos de “Aba Pai”, ou paizinho, a maneira mais carinhosa de se referir ao Pai, a mesma maneira com a qual o judeu ainda quando criança chamava o seu pai.
Jesus estava revelando Deus de uma maneira como ninguém O conhecia. Por isso, lá na cruz, o véu do templo se rasgou de alto a baixo, porque Deus saiu do Santos dos santos. Ninguém jamais poderia adentrar ali, mas Deus saiu e veio ao nosso encontro. Jesus mudou completamente a imagem de Deus. Os judeus criam em um Deus distante e inefável. Mas Jesus nos mostrou que Deus cuida dos pássaros, dos lírios do campo, que não apenas põe as mãos sobre a nossa cabeça, mas até conta os fios de nossos cabelos.
Jesus proclamou: “Vinde a mim os que estais cansados e sobrecarregados e eu vos aliviarei” (Mt 11.28), demonstrando o amor e o cuidado do Deus que se importa. E Jesus, como a exata expressão de Deus, O expressa em amor, aceitação e perdão. E nós podemos amá-lO. Por isso, para experimentarmos o evangelho, devemos nos desarmar de tudo o que possa ser barreira à aceitação e ao amor do Deus presente.
Hoje, a única morte presente no culto é o pão e o vinho, que, na verdade, são símbolos de vida. Deus já não é apenas o inefável, o impronunciável; agora Ele é o Pai, o paizinho. Agora, há comunhão, aconchego e intimidade.
Quer conhecer a Deus? Conheça a Jesus. Após os três anos e meio de Seu ministério junto aos discípulos, Jesus se depara com o pedido de Felipe: “Jesus, mostra-nos o Pai e isso nos basta!”. Ao que Jesus responde: “Há quanto tempo estou convosco e tu me pedes, mostra-me o Pai? Quem vê a mim, vê o Pai, e quem vê o Pai, vê a mim” (Jo 14.8).
A Bíblia é o livro mais extraordinário do mundo, ela revela a pessoa mais fascinante do universo: Jesus de Nazaré, a exata expressão de Deus.

4. O Deus de amor
Não há em nenhuma cultura uma noção de Deus como sendo alguém amoroso. Nenhum nativo se refere a seu deus tribal dessa forma. Mas Jesus nos mostra o Deus pródigo em Seu amor.
Em Lucas 15, Jesus nos conta três parábolas para ilustrar esse amor. Na primeira, vemos uma mulher procurando uma moeda muito valiosa que havia se perdido. A segunda parábola é a do pastor que tinha cem ovelhas, mas uma se perdeu. Entretanto, o pastor, por amar todas elas, foi atrás daquela que havia se perdido, indo pelos buracos, meandros, vielas, de dia ou de noite, com chuva ou sol escaldante. Ele foi atrás dela porque a ovelha lhe era importante.
E vemos o Senhor chegando ao ponto mais alto do Seu amor na parábola do filho pródigo, a história do filho que, pegando sua herança, parte rumo a um país distante, onde prodigamente esbanja tudo o que possui e, ficando em miséria, resolve voltar. Mas, para sua surpresa, ele encontra um pai igualmente pródigo em amor, um pai transbordante em amor, que, quando vê o filho, sai correndo para abraçá-lo e o envolve em ternura. Isso é o que Jesus veio mostrar do coração do Pai.
Às vezes, fico pensando se Jesus – no bom sentido – não fez como o filho pródigo. Ele veio à Terra, um lugar distante do céu, para gastar todo o Seu melhor e depois retornar, juntamente conosco, para o Seu lugar de origem: o colo, o abraço e o aconchego do Pai. Tudo Ele fez não como filho rebelde, mas como filho obediente enviado para levar para casa todos os filhos desviados do Pai. E esse Pai fará naquele Dia uma grande festa ao nos encontrar. Embora Ele já tenha nos encontrado e esteja dentro de nós, hoje ainda estamos a caminho porque ainda não temos a Sua glória em nossos corpos. Mas, no Dia em que Ele nos glorificar, nós O veremos e seremos como Ele é.
No Éden, o Senhor criou o homem à Sua imagem e semelhança, mas lá na glória, os Seus filhos serão assim como Jesus é: a exata expressão da glória de Deus. Não significa dizer que seremos deuses, mas seremos tal qual Jesus é. O autor de todas as coisas nos ama e nos deseja. Nós somos a Sua obra-prima.


Pr. Aluizio A. Silva

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