
O
texto bíblico O mostra de inúmeras formas. Ele é ao mesmo tempo o pão
da vida e a água da vida. Já era a ressurreição mesmo antes de ter
vencido a morte. Ele é o Alfa e o Ômega, é o princípio e o fim. Ele é o
amém, é o cabeça e o cavaleiro do Apocalipse. Ao mesmo tempo, Ele é o
Cordeiro de Deus que, desde Gênesis, já morria pelo pecado do homem. Ele
é a arca lá no Tabernáculo no meio do deserto. Ele é a exata expressão
de Deus. N’Ele, tudo subsiste. Ele sustenta todas as coisas pela palavra
do Seu poder. Mas ainda assim é homem, e tem, na mente de Deus, a exata
expressão do homem. Como podemos falar de alguém assim? É maravilhoso
demais!
Somos
preocupados com tantas coisas, mas uma só realmente importa, conhecer o
Senhor Jesus. Somos envolvidos com tanto trabalho, tanta obra. Somos
preocupados com tantos projetos e organizações, mas o Espírito do Senhor
diz expressamente que apenas uma coisa importa: que conheçamos o
Senhor.
E a vida eterna é esta: que conheçam a ti só por único Deus verdadeiro e a Jesus Cristo, a quem enviaste (Jo 17.3).
Jesus
Cristo é o Filho de Deus, o unigênito que estava no seio do Pai e que
nos foi enviado para revelar o coração de Deus. Somos tão preocupados em
discutir teologia, defender doutrinas e pontos de vista. Mas a
experiência espiritual é como uma lupa. Você pega a lupa e foca em um
objeto. O que está no meio do foco você enxerga bem, mas, à medida que
vai olhando, as bordas ficam desfocadas e distorcidas. Assim também
acontece com as coisas espirituais. Quando nós focamos Jesus no centro,
as coisas são claras, mas, quando começamos a fugir para os lados e
começamos a discutir doutrinas, teologia e pontos de vista, as coisas
ficam confusas e distorcidas. Jesus é tão simples e ao mesmo tempo tão
complexo! Nas Escrituras, há pelo menos cento e cinquenta expressões que
traduzem o que Ele é. Por isso, é tão difícil falar d’Ele, pois Ele é
maravilhoso. Aliás, este é um dos nomes de Jesus: Maravilhoso!
Como
podemos manifestar Jesus? Como podemos expressá-lO ou mesmo
representá-lO? Às vezes, penso no Jesus dos cartões, dos vitrais das
catedrais, das estátuas erigidas, naquelas pinturas tão distantes de um
Jesus, por vezes, quase efeminado, aquela figura plácida e mórbida meio
domesticada que as pessoas contemplam. Não se parecem com o Jesus da
Palavra de Deus.
Todos
sempre falam coisas boas de Jesus. Muitos afirmam que Ele foi um
exemplo de vida, mas nada pode estar mais fora da realidade do que isso.
Jesus não foi um exemplo de vida. Ele é a própria vida. É a verdade.
Ele veio para deixar as pegadas, mas Ele veio para ser muito mais do que
um bom exemplo. Ele é a própria vida que desceu do céu e se fez gente.
Gostaria
de apresentar um vislumbre de Jesus, fazendo um quadro tosco e
desfocado de Sua sublime majestade, mostrando algumas facetas daquilo
que Ele é.
1. O amigo dos pecadores
Ele
resolveu elogiar um publicano pecador comparando-o a um fariseu temente
a Deus “bonitinho” e bem-vestido com sua túnica maravilhosa. Jesus
disse que o publicano pecador desceu do monte justificado, mas o fariseu
foi rejeitado por Deus.
Quando
Jesus veio ao mundo, os demônios O reconheceram, os enfermos afluíram,
os pecadores vieram e alguns encharcavam os Seus pés com suas lágrimas.
Outros simplesmente O banharam com perfume, pois os pecadores eram
simplesmente atraídos para estar perto de Jesus.
Não
era fácil estar perto de Jesus, pois Sua presença confrontava, Sua
Palavra era como espada penetrante, Seu olhar era profundo e desnudava
tudo, mostrando tudo o que havia no íntimo. Ninguém poderia ocultar
coisa alguma diante do olhar d’Aquele homem, que não era meramente
homem, mas Deus habitando no meio dos homens na forma de um homem. Sendo
assim, talvez fosse de se esperar que Ele se unisse à classe religiosa,
mas a quem Ele foi procurar? Ele foi atrás dos doentes, dizendo que os
sãos não precisam de médicos, mas sim os doentes: “Eu não vim chamar os
justos, e sim pecadores ao arrependimento” (Lc 5.32).
A
primeira pessoa a quem Jesus se revelou como Messias não foi para um
doutor da lei, não foi para um escriba ou fariseu, mas para uma mulher
imoral, que já tinha tido cinco maridos e aquele com o qual ela vivia
também não era o seu. Foi para ela que Ele disse com todas as letras:
“Eu o sou, eu que falo contigo. Eu sou o Messias. Eu sou o Prometido”
(Jo 4.26).
Por
que Jesus se revelou a ela, e não aos estudiosos da lei? Porque Ele era
amigo dos pecadores. Hoje, a igreja não é amiga de pecadores. Temos
medo de ser contados entre eles. Temos medo de ser confundidos com eles.
Na verdade, temos medo deles. Todavia, é melhor que sejamos rejeitados
pelos religiosos. Se alguém tiver que nos elogiar, que seja porque somos
amigos de pecadores e sejam eles que digam: “Esse pessoal é amigo da
gente!”. Jesus foi assim.
O
grande problema é que nos esquecemos de como é se sentir errado,
acusado e condenado. Mas, quando Jesus apareceu, não condenou ninguém,
nenhuma vez. Às vezes, nos parece tão estranho Ele não ter condenado a
prostituta e o pecador. Ele não condenou nenhum deles, mas sempre
reservou palavras duras para os religiosos, para aqueles que conheciam a
Palavra, para aqueles que, teoricamente, eram os guardiães dos oráculos
de Deus, do conhecimento de Deus. E Jesus se referiu a eles como “raça
de víboras”, “sepulcros caiados” (Mt 23.27).
Mas
os pecadores, Jesus aceitava que lavassem os Seus pés. Com os
pecadores, Ele se assentava para comer. Ele foi a uma festa na casa de
Mateus, o publicano, onde só havia publicanos e pecadores. Ele se
assentou à mesa e comeu com eles. Todavia, há uma diferença: Jesus nunca
pecou. Para nós, isso é um grande mistério. Como podemos ser amigos de
pecadores sem concordar com o pecado? Como podemos ser amigos de
pecadores sem fazer o que eles fazem? Como podemos ser amigos de
pecadores e não apontar o dedo, sem fazê-los sentir-se culpados entre
nós?
Esse
é o grande desafio da igreja no decorrer dos séculos. Na história da
igreja, ela sempre se arvorou a ser a consciência moral da sociedade.
Ela mesma era a que julgava e que também condenava. Na Idade Média, a
igreja fez isso. Na Inglaterra, a Igreja Anglicana fez isso. Na Rússia, a
Igreja Ortodoxa fez isso. No Oriente, a Igreja Grega fez isso. E hoje
muitas igrejas ditas evangélicas fazem a mesma coisa.
Quantos
pastores veem nos aidéticos apenas um sinal do juízo de Deus?! Quantos
pastores apontam para cada enfermidade que aparece como o juízo da mão
de Deus?! Mas Jesus disse: “Eu não vim para condenar, não vim para
julgar! Eu vim para defender, para ser o Advogado”.
Nós
também deveríamos ser advogados dos pecadores diante de Deus.
Deveríamos levar suas causas diante d’Ele. Esse é o sentido de Deus
ter-se feito homem, ter habitado no meio de nós e ser chamado de amigo
de pecadores. O próprio Jesus disse que já não mais nos chama de servos,
e sim de amigos. Se somos amigos d’Ele, Ele com certeza revelará a nós o
Seu próprio coração e manifestará a nós a Sua graça.
2. O Homem-Deus
Ninguém jamais viu a Deus, o Deus unigênito que está no seio do Pai e que o revelou (Jo 1.18).
E
quem é este Deus unigênito? Jesus. Jesus é Deus. Houve um dia em que
Deus se fez homem. Cristo Jesus era inteiramente homem e era
inteiramente Deus. Procure se colocar no lugar daqueles homens nos dias
de Jesus. Como você poderia identificar Deus n’Ele? Ele era apenas um
galileu como qualquer outro: tinha endereço, tinha pai e mãe, e tinha um
local de nascimento, e, se fosse hoje, teria até certidão de
nascimento.
Como
alguém poderia dizer que esse homem era Deus? Mas Ele era. E o
evangelho nos mostra isso de várias formas. Pedro adorou a Jesus. Muitos
outros também O adoraram. E Jesus nunca rejeitou a adoração. Os judeus
eram tremendamente radicais com relação a isso: “Só ao Senhor teu Deus
adorarás!”. O judeu do tempo de Jesus era radical com relação à
idolatria e jamais adoraria um homem. Mas Pedro, um judeu, adorou a
Jesus. E Jesus aceitou a adoração porque Ele era Deus.
Para
um homem aleijado e para uma mulher adúltera, o Senhor Jesus disse:
“Estão perdoados os vossos pecados”. Quem poderia perdoar pecados senão
Deus? A Palavra de Deus diz que Jesus, ao ver Jerusalém, disse: “Quantas
vezes quis eu acolhê-los como a galinha acolhe os seus pintinhos
debaixo das suas asas [...]” (Mt 23.37). E Ele diz mais: “Eu vos enviei
profetas!”. Como assim, Jesus lhes enviou profetas? Dá para imaginar o
que os fariseus imaginaram ao ouvi-lO dizendo essas coisas: “Você está
aqui, Jesus, em nossa frente, e não enviou ninguém ainda”.
Ali,
Jesus não estava falando como homem, mas como Deus. Como Deus, Ele
havia enviado profetas. Mas o povo de Jerusalém não quis ouvi-lO. Certa
vez, quando desafiado, o Senhor falou: “Eu e o Pai somos um” (Jo 10.30).
E o evangelho afirma que os judeus pegaram pedras para apedrejá-lO. Os
judeus entenderam plenamente as verdadeiras implicações daquela
expressão: Jesus se fez igual a Deus. Você consegue imaginar o que era
para aqueles homens, naqueles dias, ouvir um galileu, com sotaque
interiorano, com um nome comum, dizer: “Eu e o Pai somos um”? Que
escândalo para eles as reivindicações de Jesus!
É
isso o que diferencia o cristianismo de outras religiões. Um muçulmano
não pode conceber a ideia de Maomé dizer: “Eu e Alá somos um”. Também um
judeu não concebe a imagem de Moisés dizendo: “Eu e Jeová somos um”.
Nenhuma religião concebe tal possibilidade, só o cristianismo. Jesus não
veio para ser um bom exemplo. Embora você ouça essa afirmação nas
rádios, na TV, nos filmes, Jesus não veio para ser um bom exemplo, mas
para ser Deus no meio dos homens.
Qualquer
outro conceito é natural, limitado e muito pequeno. Depois de se tornar
homem, Jesus jamais deixou de sê-lo. Ele continua sendo homem e será
homem eternamente. Ele ressuscitou e a morte não tem mais poder sobre
Ele. Há um homem sentado à destra de Deus. Até a vinda de Jesus, Deus
era só Deus. Mas, hoje, Ele é Deus e também é homem. A humanidade foi
inserida dentro da Divindade. Jesus é Deus que se encarnou.
O
espiritismo, o budismo, o hinduísmo e várias outras religiões creem nas
reencarnações, mas nenhuma delas concebe a encarnação. Para eles, a
reencarnação é concebível, mas a encarnação é loucura. É impossível para
eles que Deus se faça gente.
Cristo
Jesus é Deus. Todavia, Hebreus 5.8 diz que, “embora sendo Filho,
aprendeu [...]”. Mas Jesus não é Deus? E Deus pode aprender alguma
coisa? Há alguma coisa que Ele não saiba? Há algo que Ele não entenda?
Há algo que Ele não perscrute ou não conheça? Houve um tempo em que Deus
era apenas Deus e não havia n’Ele humanidade alguma. Mas, há dois mil
anos, aconteceu um fato misterioso: Deus se fez gente. Deus se fez homem
em Cristo Jesus.
Mas
o que Ele aprendeu? Ele aprendeu o que é ser humano. Deus, até então,
não sabia o que era ser humano. Aprendeu acerca da pobreza, das
discussões de família; aprendeu a respeito das crises, humilhações,
rejeições, traições. Essas coisas não faziam parte da Sua experiência
como Deus. Mas, em Cristo, Deus aprendeu o que é ser humano. Aprendeu o
que é ter calos nas mãos, cuspe do agressor no Seu rosto. Ele aprendeu o
que era sentir o martírio, o que era ser tentado.
Por
isso mesmo, Ele está habilitado para ser o nosso Advogado, pois Ele
sabe o que passamos. Ele pode manifestar graça a nós, pois sabe o que é
ser tentado, sabe das crises e das angústias, porque um dia se fez
homem. Por isso, lá na cruz, Ele pôde dizer com tanta convicção: “Pai,
perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem! Estou aqui vendo da ótica
deles, convivendo com eles. Estou sendo um homem como eles são, e eles
são cegos, não sabem o que fazem!”.
Era
preciso que Ele se fizesse homem para vencer a morte. Ele tinha que
entrar dentro da morte para vencer o pecado. Ele tinha que se fazer
pecado por nós. Para poder nos dar Sua glória, Ele tinha que provar da
nossa humilhação. Para que pudéssemos compartilhar da Sua divindade, Ele
teve que compartilhar da nossa humanidade.
Deus,
hoje, possui um elemento humano em si, para que nós homens possamos ter
o elemento divino dentro de nós. Nós possuímos algo de Deus dentro de
nós, que é a própria natureza divina. Isso é o evangelho, as boas-novas.
Jesus venceu o pecado, a morte e ressuscitou. Mas não parou por aí.
Jesus fez profundas afirmações sobre si. Sendo Deus, Ele nunca
contemporizou com ninguém. Ele nunca cedeu espaço para ninguém. Jesus
não fazia concessões diplomáticas. Ele dizia: “Eu sou antes de Abraão.
Eu Sou.”
Em
nossos dias de diplomacia excessiva, Jesus seria politicamente
incorreto, uma vez que Ele disse: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida,
não há outro”. E ainda hoje todo homem deve se posicionar em relação a
essa afirmação. Não há nada mais hipócrita do que afirmar que Jesus era
um bom homem e não crer nas afirmações que Ele fez a respeito de si
mesmo.
Se
você não reconhece Jesus como Deus, Ele não pode ser um bom exemplo
para ninguém. Ou Ele é Deus ou era um megalomaníaco, um louco, na melhor
das hipóteses. Jesus disse que Ele era o Unigênito do Pai, que Ele e o
Pai eram um. Ele disse, em outras palavras: “Eu sou um com Deus, Eu sou
Deus!”.
Jesus
não disse que veio ensinar um caminho, uma doutrina. Ele disse: “Eu sou
o caminho, a verdade e a vida”, e não: “Eu vou dar uma vida a você”. Se
Ele disse a verdade, então Ele é Deus. Mas se você não crê no que Ele
diz, você O considera um mentiroso. Logo, não diga que Ele é um bom
exemplo. Você deve ter um veredito sobre Ele. Que tipo de homem Ele era?
Era um louco, um grande mentiroso ou realmente era Deus.
Todas
as promessas de Jesus dependem de aceitarmos Sua divindade. Se Ele não é
Deus, não posso aceitar o perdão que Ele oferece; não posso receber a
autoridade que Ele me confere; não posso ter esperança de que Ele nos
preparará um lugar.
A
encarnação é o grande mistério. De uma maneira incompreensível e
misteriosa, o próprio Deus se fez gente e provou a cruz por nós.
3. Exata expressão de Deus
Uma
pergunta que eventualmente me fazem é: “Por que você é cristão?”. Eu
sou cristão porque Jesus é fascinante. Não é só porque Ele me ama ou faz
milagres. É porque, lendo os Evangelhos, percebo o quanto Ele é
fascinante. Jesus é inteiramente atraente e fascinante e não houve
ninguém na Terra como Ele. Ele é a exata expressão de Deus. Você quer
saber como Deus é? Olhe na Palavra, veja como é Jesus. Ele veio para nos
revelar o Pai.
Para
nós, hoje, é difícil imaginar o impacto que Jesus significou para os
judeus daqueles dias. Para eles, Deus era apenas o Onipotente, o que
transcende, e qualquer contato com Ele os colocava em perigo.
As
instruções de Levítico nos levam a pensar em material radioativo: levar
apenas animais imaculados, não tocar na arca, sempre deixar a fumaça
subindo, nunca entrar ou olhar dentro do Santo dos santos para não
morrer. E segue, o sacerdote somente poderia entrar ali uma vez por ano e
amarrado com uma corda para o caso de fazer alguma coisa errada e
morrer, assim outros poderiam puxá-lo para fora. O culto a Deus era um
assunto perigoso.
Os
discípulos cresceram em um ambiente assim. Nunca pronunciavam o nome de
Deus, agiam de acordo com um intrincado sistema de purificações, o
culto sempre incluía um sacrifício, alguém tinha de morrer. A cada ano,
durante a páscoa judaica, duzentas e cinquenta mil ovelhas eram
sacrificadas em Jerusalém. Mas, de repente, aparece Jesus dizendo que
Deus é Pai. Dizendo que o Pai cuidava até dos lírios dos campos, dos
pardais e que Ele contava até os fios de cabelo da nossa cabeça.
Quando
foi ensinar os discípulos a orar, Jesus começa dizendo: “Pai nosso
[...]”, trazendo perplexidade aos judeus e apresentando a imagem de um
Deus sensível, próximo e que se importa. Ninguém, até então, havia se
atrevido a chamar Deus de Pai, e muito menos de “Aba Pai”, ou paizinho, a
maneira mais carinhosa de se referir ao Pai, a mesma maneira com a qual
o judeu ainda quando criança chamava o seu pai.
Jesus
estava revelando Deus de uma maneira como ninguém O conhecia. Por isso,
lá na cruz, o véu do templo se rasgou de alto a baixo, porque Deus saiu
do Santos dos santos. Ninguém jamais poderia adentrar ali, mas Deus
saiu e veio ao nosso encontro. Jesus mudou completamente a imagem de
Deus. Os judeus criam em um Deus distante e inefável. Mas Jesus nos
mostrou que Deus cuida dos pássaros, dos lírios do campo, que não apenas
põe as mãos sobre a nossa cabeça, mas até conta os fios de nossos
cabelos.
Jesus
proclamou: “Vinde a mim os que estais cansados e sobrecarregados e eu
vos aliviarei” (Mt 11.28), demonstrando o amor e o cuidado do Deus que
se importa. E Jesus, como a exata expressão de Deus, O expressa em amor,
aceitação e perdão. E nós podemos amá-lO. Por isso, para
experimentarmos o evangelho, devemos nos desarmar de tudo o que possa
ser barreira à aceitação e ao amor do Deus presente.
Hoje,
a única morte presente no culto é o pão e o vinho, que, na verdade, são
símbolos de vida. Deus já não é apenas o inefável, o impronunciável;
agora Ele é o Pai, o paizinho. Agora, há comunhão, aconchego e
intimidade.
Quer
conhecer a Deus? Conheça a Jesus. Após os três anos e meio de Seu
ministério junto aos discípulos, Jesus se depara com o pedido de Felipe:
“Jesus, mostra-nos o Pai e isso nos basta!”. Ao que Jesus responde: “Há
quanto tempo estou convosco e tu me pedes, mostra-me o Pai? Quem vê a
mim, vê o Pai, e quem vê o Pai, vê a mim” (Jo 14.8).
A
Bíblia é o livro mais extraordinário do mundo, ela revela a pessoa mais
fascinante do universo: Jesus de Nazaré, a exata expressão de Deus.
4. O Deus de amor
Não
há em nenhuma cultura uma noção de Deus como sendo alguém amoroso.
Nenhum nativo se refere a seu deus tribal dessa forma. Mas Jesus nos
mostra o Deus pródigo em Seu amor.
Em
Lucas 15, Jesus nos conta três parábolas para ilustrar esse amor. Na
primeira, vemos uma mulher procurando uma moeda muito valiosa que havia
se perdido. A segunda parábola é a do pastor que tinha cem ovelhas, mas
uma se perdeu. Entretanto, o pastor, por amar todas elas, foi atrás
daquela que havia se perdido, indo pelos buracos, meandros, vielas, de
dia ou de noite, com chuva ou sol escaldante. Ele foi atrás dela porque a
ovelha lhe era importante.
E
vemos o Senhor chegando ao ponto mais alto do Seu amor na parábola do
filho pródigo, a história do filho que, pegando sua herança, parte rumo a
um país distante, onde prodigamente esbanja tudo o que possui e,
ficando em miséria, resolve voltar. Mas, para sua surpresa, ele encontra
um pai igualmente pródigo em amor, um pai transbordante em amor, que,
quando vê o filho, sai correndo para abraçá-lo e o envolve em ternura.
Isso é o que Jesus veio mostrar do coração do Pai.
Às
vezes, fico pensando se Jesus – no bom sentido – não fez como o filho
pródigo. Ele veio à Terra, um lugar distante do céu, para gastar todo o
Seu melhor e depois retornar, juntamente conosco, para o Seu lugar de
origem: o colo, o abraço e o aconchego do Pai. Tudo Ele fez não como
filho rebelde, mas como filho obediente enviado para levar para casa
todos os filhos desviados do Pai. E esse Pai fará naquele Dia uma grande
festa ao nos encontrar. Embora Ele já tenha nos encontrado e esteja
dentro de nós, hoje ainda estamos a caminho porque ainda não temos a Sua
glória em nossos corpos. Mas, no Dia em que Ele nos glorificar, nós O
veremos e seremos como Ele é.
No
Éden, o Senhor criou o homem à Sua imagem e semelhança, mas lá na
glória, os Seus filhos serão assim como Jesus é: a exata expressão da
glória de Deus. Não significa dizer que seremos deuses, mas seremos tal
qual Jesus é. O autor de todas as coisas nos ama e nos deseja. Nós somos
a Sua obra-prima.
Pr. Aluizio A. Silva
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